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Trombose de prótese valvar: trombólise ou não trombólise? Uma série de casos consecutivos submetidos a um protocolo padrão.

Analu Marques Zuzi, Larissa Pianta Alves, Bianca Fadul de Oliveira Peixoto, Fernanda Miranda Ribeiro, Ana Paula Otaviano, André Schmidt
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO - - SP - BRASIL, FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A trombose de prótese valvar (TVP) é uma complicação grave das cirurgias valvares cardíacas. A principal razão para isso é o uso inadequado de anticoagulantes orais (ACO). OBJETIVO: Avaliar os resultados clínicos de uma série de casos atendidos em um hospital terciário com protocolo padrão envolvendo heparina não fracionada seguida de infusão de alteplase. MÉTODOS: Revisamos os prontuários de uma série de pacientes internados com TVP em unidade de terapia intensiva cardiológica entre 2018 e 2023. RESULTADOS: Um total de 15 eventos de TVP ocorreram em 13 pacientes. Um paciente teve duas internações distintas e um teve duas próteses mecânicas envolvidas na mesma internação. As mulheres apresentaram TVP com maior frequência (85%) e a média de idade foi de 47±7 anos. A cardiopatia reumática foi a doença valvar primária em 77%, seguida pela cardiopatia congênita. Todas, exceto uma, eram próteses mecânicas. As próteses mitrais foram as mais acometidas (46%). Na admissão, a maioria dos pacientes estava na classe NYHA III (31%). De todos os pacientes prescritos com ACO, 57% apresentaram INR na faixa infraterapêutica (1,12-1,79). Nosso protocolo de tratamento começou com infusão de dose completa de heparina não fracionada por cinco dias, seguida de reavaliação por ECO. Caso fosse observada redução do gradiente e o paciente mantivesse quadro estável, o prazo era prorrogado por mais cinco dias. Se o gradiente persistisse ou aumentasse, era prescrita trombólise com alteplase (infusão ultralenta – 25mg em 25 horas) e repetida caso não fosse obtida resolução total. Cinco pacientes receberam apenas heparina. Três deles tiveram resolução e os demais faleceram por sepse e cirurgia cardíaca de urgência (duas tromboses valvares). A duração média da infusão de heparina foi de 9,8 dias. Oito (61%) pacientes receberam alteplase e foi repetido uma vez em 50%, com resolução do quadro. Quatro pacientes apresentaram choque cardiogênico durante as infusões do protocolo, mas todos sobreviveram. Dos que receberam alteplase, dois tiveram sangramento leve. A alteração média do gradiente foi clinicamente relevante: gradiente mitral de 18,5 a 8 mmHg; aórtico de 53,0 a 19,2mmHg e tricúspide de 9,6 a 3,3mmHg. O sucesso terapêutico foi alcançado em 80% da nossa amostra. CONCLUSÃO: Embora ainda exista controvérsia e as diretrizes atuais não sejam incisivas em sua indicação, a trombólise farmacológica com alteplase em pequenas doses e infusão lenta parece ser uma alternativa adequada após infusão completa de heparina se esta última não resolver a TVP.

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