Deslocamento atrial de endoprotese mitral “valve-in-valve”
Gabrieli Maranezi Sipan, Lynnie Oberg Arouca Bassoli, Fabrício José Dinato, Vitor Emer Egypto Rosa, Antonio Sergio de Santis Andrade Lopes, João Ricardo Cordeiro Fernandes, Flávio Tarasoutchi, Roney Orismar Sampaio, Pablo Maria Alberto Pomerantzeff.
Faculdade Santa Marcelina - São Paulo - São Paulo - Brasil, InCor - Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP - São Paulo - São Paulo – Brasil
Introdução: Desde 2009, os implantes valvares mitrais transcateter são utilizados para tratamento da disfunção de prótese - valve-in-valve (ViV), sendo atualmente um dos campos de maior desenvolvimento na cardiologia. O deslocamento das endopróteses valvares pós implante são raros, podendo ocorrer como resultado de pressão do fluxo de sangue no sentido inverso, ou seja, do ventrículo em direção ao átrio esquerdo e/ou quando a endoprótese valvar implantada possui tamanho menor em relação ao anel da prótese cirúrgica prévia. Descrevemos um raro caso de deslocamento de endoprótese em direção ao átrio esquerdo.
Descrição do caso: Homem de 69 anos, com antecedente de troca valvar mitral por prótese biológica há 2 anos, foi admitido no pronto socorro com queixa de dispneia aos esforços habituais, ortopneia, além de escarros hemoptoicos. Ao exame físico, pressão arterial 160/95 mmHg e ritmo cardíaco regular (79 bpm).Apresentava estertores crepitantes no terço inferior de campos pulmonares e sopro sistólico regurgitativo em foco mitral 5+/6+. A perfusão periférica era boa (3seg), porém com edema 2+/4+ de membros inferiores e hepatomegalia congestiva dolorosa. O ecocardiograma transesofágico evidenciou endoprótese em posição mitral (ViV) deslocada ao átrio esquerdo, associado a refluxo importante e gradiente médio de 5 mmHg (Figura 1). Foi indicado remoção das próteses prévias e reimplante de nova prótese biológica mitral (Figura 2 A e B). O paciente evoluiu bem, com melhora clínica.
Conclusão: Apesar de raro, o deslocamento atrial de endoprótese mitral (ViV) pode ocorrer, sendo imperativo o seguimento clínico e ecocardiográfico desses pacientes.
Figura 1 A e B: Ecocardiograma transesofágico demonstrado com deslocamento atrial de endoprótese mitral A (2D) e B (3D)
(1A)
(1B)
Figura 2 A e B: Endoprótese mitral atrializada no intraoperatório (A) e Peça cirúrgica de prótese biológica e endoprótese mitral (B)
(2A)
(2B)