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Avaliação pós-operatória da fibrose miocárdica intersticial em valvopatias aórticas: insights de um estudo de ressonância magnética cardíaca

Arouca, LO., VEE. Rosa, Pires, LJNT., Cavalcante, PN., Rochitte, CE., Morais, TC., Lopes, MP., Fernandes, JRC., Sampaio, RO., Tarasoutchi, F.
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Dados sobre o comportamento da fibrose miocárdica difusa (FM) em pacientes com insuficiência aórtica (IA), estenose aórtica de alto-gradiente (EA-AG) e estenose aórtica de baixo-gradiente com fração de ejeção reduzida (EA-BG) submetidos à cirurgia valvar são escassos. O objetivo desse trabalho é avaliar as características da FM através de dados da ressonância magnética cardíaca (RMC) pré e pós-operatória.

Métodos: Estudo prospectivo incluindo pacientes com IA (32), EA-AG (67) e EA-BG (39), que preenchiam critérios para intervenção cirúrgica. Foi repetida a RMC 6 a 8 meses após a cirurgia e para comparação entre os dados pré e pós-operatórios (delta=Δ). A análise quantitativa incluiu avaliação da fração de volume extracelular (ECV), ECV indexada (iECV) e massa miocárdica (MM)

Resultados: Houve diferenças nas características basais entre pacientes com IA, EA-AG e EA-BG em relação à idade (54±14 vs 63±8 vs 67±8 anos, respectivamente; p<0.01), sexo masculino (75% vs 50% vs 82%, respectivamente; p<0.01), e STS (0.74±0.3 vs 1.11±0.5 vs 3.21±2.1%, respectivamente; p<0.01). Na RMC, encontramos diferenças em relação ao ECV (29±6 vs 27±4 vs 29±6%, respectivamente; p=0.01), MM (215±76 vs 161±51 vs 203±51g, respectivamente; p<0.01) e iECV, significativamente maior na IA (50±31 vs 21±8 vs 34±10ml/m², respectivamente; p<0.01). Todos os pacientes foram submetidos à cirurgia valvar e houve diferença no tempo de CEC (94±25 vs 97±20 vs 75±41min, respectivamente; p<0.01) e na mortalidade em 30 dias (0% vs 3% vs 15%, respectivamente; p<0.01). Os dados pós-cirurgia de pacientes com IA (32), EA-AG (62) e EA-BG (21) demonstraram uma redução comparável em todos os grupos em relação à MM pré-operatória (ΔMM: -39.3±41.5 vs -33.4±30.9 vs -23.4±34.2g, respectivamente; p=0.36) (Figura 1). Em contraste, o iECV diminuiu pós cirurgia apenas na IA, permanecendo estável em EA-AG e EA-BG (ΔiECV: -19.1±22.5 vs -1.4±7.4 vs 0.9±12ml/m², respectivamente; p<0.01). Assim, o ECV pós-operatório manteve valores estáveis na IA, enquanto aumentou na EA-AG e EA-BG (ΔECV: -0.1±4.5 vs 1.5±5.1 vs 2.9±4.9%, respectivamente; p=0.09).

Conclusão: No período pós-operatório, observou-se uma diminuição na MM em todos os grupos de patologias valvares aórticas. No entanto, apenas pacientes com IA mostraram uma redução simultânea e proporcional na massa de FM, explicando os padrões de variação do ECV. Assim, a redução da FM no período pós-operatório parece variar de acordo com a fenótipos apresentados, e pacientes com IA exibem remodelação reversa precoce apesar de apresentarem níveis elevados de FM.

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