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Miocardite por arterite de Takayasu em paciente gestante: Desafios de um caso multidisciplinar.

Marco Antônio Fonseca e Lemos Filho, Pedro Heitor de Magalhães Andrade , Guilherme Bacellar Fontana , Henrique Turin Moreira, Luís Gustavo Gali , André Schimidt, Sérgio Couto Luna de Almeida , Fernando Saraiva Coneglian
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO - - SP - BRASIL

 A arterite de Takayasu (AT) é uma vasculite crônica de grandes vasos, com fisiopatologia desconhecida, que acomete preferencialmente a aorta e seus ramos. As mulheres correspondem a 80-90% dos casos, em sua maioria abaixo dos 40 anos, ocasionalmente durante a gestação. É relativamente frequente o acometimento cardíaco, com disfunção ventricular, geralmente associado com a hipertensão arterial (HÁ) por estenose na artéria aorta, insuficiência valvar aórtica e mais raramente, miocardite.

 K.A.S., 25 anos, parda, gestante 9 semanas, assintomática, há 6 anos teve episódio de insuficiência cardíaca (IC) associado  quadro de mal estar geral e febre, com necessidade de diureticoterapia na ocasião, considerado diagnóstico de miocardite viral. Evoluiu com assimetria de pulsos e HA, nesta época fez uso de medicações para IC, tendo abandonado tratamento há 4 anos, perdendo seguimento de saúde. Há 4 meses, após gestação, iniciou pré-natal com evidência de PA em membro superior esquerdo de 220x110 e em membro superior direito de 120x80, sopro diastólico em foco aórtico regurgitativo 2+/6+ e sopro em carótida direita. ECG evidenciando sobrecarga de ventrículo esquerdo, e Eco com dilatação importante das câmaras esquerdas, DDFVE: 70mm, VAE indexado: 65 ml/m2, com FE:28%, estreitamento aorta abdominal (1,1 cm), aorta ascendente dilatada(40mm) e insuficiência valvar aórtica moderada. US de carótidas: oclusão da artéria carótida direita, sem placas. RM cardíaca: sem edema. Recebeu diagnóstico de AT. Devido acometimento cardíaco, iniciado Metoprolol, Hidralazina e nitrato. Apresentou boa evolução clínica, com controle pressórico e vitalidade fetal adequada, atualmente com 22 semanas de gestação.

                          

                                              

                                    

 AT normalmente se apresenta com HA, devendo ser considerado diagnóstico diferencial na investigação de hipertensão em gestantes. Eventualmente a doença cursa com disfunção ventricular, e miocardite, representando um desafio para o cardiologista, dado que implica em grande risco materno-fetal, decorrente das complicações vasculares da própria vasculite, bem como das alterações hemodinâmicas da IC na gestação e da dificuldade em realizar o tratamento farmacológico devido a toxicidade das medicações para o feto. Neste sentido, a intervenção cardiológica precoce, tanto para diagnóstico, quanto para tratamento e seguimento, assim como o acompanhamento multidisciplinar é fundamental para um melhor desfecho clínico das pacientes.

                                      

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