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Tromboembolismo pulmonar e Acidente Vascular Cerebral Isquêmico como complicação em mulher jovem com visualização de trombo em forame oval patente: um relato de caso.

Ana Flávia Parreira de Morais, Jamil Alli Murad Junior
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

Introdução: O Forame Oval Patente (FOP) é a persistência da abertura entre o septo atrial primum e o septo atrial secundum na localização da fossa oval, ocorrendo em cerca de 25% da população adulta, podendo ocorrer o embolismo paradoxal que causa eventos isquêmicos graves, tais como acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) e  tromboembolismo pulmonar (TEP). Objetivo: Descrever o relato de caso com complicações graves e a documentação de trombo em FOP. Relato do caso: Trata-se de paciente do sexo feminino, 45 anos, sem comorbidades prévias, admitida no serviço de urgência com dispneia em repouso, taquipneica e em uso de cateter nasal de oxigênio, além de quadro de afasia, hemiparesia completa à direita, sendo diagnosticada com AVCi de ACM esquerda  (Figura 1) sem janela para trombólise ou trombectomia e TEP segmentar e subsegmentar bilateral (Figura 2). O eletrocardiograma de repouso revelou taquicardia sinusal. O ecocardiograma transesofágico (ECOTE) realizado evidenciou importante aumento de ventrículo direito com disfunção sistólica, sinais sugestivos de cor pulmonale agudo, e visualizada imagem ecogênica compatível com trombo impactado em FOP (diâmetro do trombo = 2,3cm). (Figura 3). Para correção de patologias, foi realizado trombectomia mecânica pulmonar devido cor pulmonale agudo e evolução para falência de ventrículo direito, com PSVD de 125 mmhg, hipotensão e hipoxemia. Posteriormente, realizado implante de filtro de veia cava, seguida de correção de comunicação interatrial e retirada de trombo em FOP (Figura 4). Os procedimentos ocorreram sem intercorrências e paciente recebeu alta hospitalar sem novos eventos isquêmicos. Discussão: Em relações às complicações isquêmicas, estudos mostram FOP em 45% dos pacientes com AVCi, envolvendo principalmente adultos jovens sem outros fatores de risco. Além disso, o FOP pode associar-se à ocorrência de TEP, com incidência de 5/10.000 e com mortalidade em torno de 35%, podendo gerar hipertensão arterial pulmonar, que estimula o shunt interatrial direita-esquerda e o alojamento do trombo no FOP, sendo tal complicação rara e com eventos clínicos graves, apresentando poucos relatos em literatura. A terapêutica cirúrgica apresenta como potencial benefício a completa retirada de trombos e foi associada a menos eventos embólicos pós-tratamento e teve uma mortalidade menor em 60 dias em comparação com terapia anticoagulante ou trombólise, se indicado. Conclusão: Neste caso observa-se um caso raro de documentação de trombo em FOP, com complicações graves e abordagem cirúrgica. 

 

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