Introdução: A relação entre Doenças Inflamatórias Sistêmicas (DIS) e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares é amplamente discutida nas diretrizes atuais. No entanto, embora alguns estudos tenham sugerido uma possível associação, as evidências ainda não são conclusivas.
Métodos: Realizamos uma meta-análise de efeitos aleatórios, limitando-a a estudos com randomização mendeliana, a fim de avaliar o impacto de genótipos associados a Doenças Inflamatórias Sistêmicas (DIS) no risco de infarto do miocárdio (IM) e insuficiência cardíaca (IC). A pesquisa foi conduzida no PubMed, Embase e Cochrane em busca de estudos pertinentes à nossa pergunta clínica. Utilizando instrumentos genéticos provenientes de estudos de associação de todo o genoma (GWAS) em uma população de ascendência europeia, examinamos a relação entre DIS, especificamente lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatoide (AR) e psoríase, com eventos cardiovasculares.
Resultados: Incluímos 2.798.043 pacientes de 6 estudos de randomização mendeliana. Um total de 221 variantes instrumentais de DIS foi identificado, sendo que 61, 66 e 94 polimorfismos de nucleotídeo único foram associados, respectivamente, a LES, Psoríase e AR. Pacientes com predisposição genética a DIS apresentaram maior risco de IM (OR 1,030; IC 95% 1,003-1,059; p=0,03) e IC (OR 1,019; IC 95% 1,005-1,034; p<0,01).
Conclusão: Nesta meta-análise de estudos de randomização mendeliana, nossos achados indicam que DIS são um fator de risco significativo para a ocorrência de IM e IC.