Introdução: O teste ergométrico (TE) é amplamente disponível e utilizado nos centros brasileiros. Algumas morfologias do infradesnivelamento do segmento ST, em especial a convexa, não estão bem estabelecidas como critérios de positividade do exame.
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo comparar diferentes morfologias do infradesnível (infra) de ST ao TE, quanto à presença e extensão (carga isquêmica) da isquemia miocárdica.
Métodos: A amostra foi derivada de um banco de dados de pacientes que realizaram a cintilografia de perfusão miocárdica (SPECT) com TE entre janeiro e dezembro de 2022. Foram incluídos 242 pacientes com idade média de 63,4 anos (+ 8,98) e predominância do sexo masculino (73,6%), com TE positivo para isquemia miocárdica de acordo com a III Diretriz Brasileira de Ergometria. Os pacientes foram divididos em quatro grupos segundo as morfologias do infra de ST: ascendente lento, convexo, horizontal e descendente. A presença de isquemia foi definida como qualquer grau de hipocaptação transitória no SPECT, enquanto isquemia moderada ou importante foi definida como carga isquêmica > 10%. As associações entre variáveis qualitativas e o tipo de morfologia foram avaliadas com o uso dos testes qui-quadrado e exato de Fisher. A carga isquêmica média foi comparada por meio do teste de Kruskal-Wallis. As análises foram feitas com nível de significância de 5%.
Resultados: Os resultados estão presentes na tabela 1. Os parâmetros analisados foram significativamente diferentes entre os grupos, com exceção da prevalência de isquemia moderada ou importante.
Tabela 1: Comparação entre as morfologias do infra de ST ao teste ergométrico e isquemia miocárdica.
Conclusão: a prevalência de isquemia miocárdica na morfologia convexa foi muito pequena e de menor extensão; o contrário foi observado naqueles de morfologia horizontal ou descendente.