Introdução: O aumento do átrio esquerdo é um fator de risco conhecido para a fibrilação atrial, condição com prevalência crescente que pode levar a complicações como acidente vascular cerebral isquêmico, insuficiência cardíaca e morte. No entanto, a capacidade de prever a fibrilação atrial a partir da avaliação da strian do átrio esquerdo permanece incerta.
Métodos: Realizamos uma meta-análise de efeitos randômicos para investigar se alterações na função atrial esquerda analisadas pelo método de strain (nas funções reservatório, conduto e bomba) podem servir como indicadores preditivos para FA em indivíduos sem história prévia de FA ou isquemia cerebral. Realizamos pesquisa sistemática nas bases de dados do Medline, Embase e Cochrane. A análise estatística foi realizada com RevMan 5.4.1. Calculamos odds ratios (OR) e hazard ratios (HR) ajustadas multivariáveis para a incidência de FA associada a cada decréscimo de 1% nas respectivas métricas.
Resultados: Incluímos 6 estudos com um total de 6.526 participantes, dos quais 3.481 (53%) eram mulheres. A idade média foi de 64 anos, e o tempo médio de acompanhamento variou de 2 a 16 anos. A incidência de fibrilação foi de 659 (9%). Análises ajustadas multivariáveis mostraram que cada redução de 1% nos valores de PALS e PACS estava associada a um aumento da incidência de fibrilação ao longo do tempo, com Hazard Ratio de 1,05 (IC 95% 1,02-1,08; p=0,001; Figura 1A) e 1,06 (IC 95% 1,05-1,08; p<0,001; Figura 1B), respectivamente.
Conclusão: Nossa meta-análise indica uma associação significativa entre os parâmetros de strain do átrio esquerdo e um aumento na incidência de fibrilação atrial ao longo do tempo, independentemente de outros fatores de risco tradicionais.