Introdução: A terapia combinada de estatina de moderada intensidade com ezitimiba é uma alternativa eficaz para reduzir as concentrações do colesterol LDL e os efeitos colaterais em comparação a monoterapia de alta intensidade. No entanto, há uma escassez de dados comparando desfechos clínicos em três anos entre as duas terapias.
Métodos: Utilizando as bases de dados PubMed, Embase e Cochrane, fizemos uma busca sistemática por estudos que comparam a terapia combinada de estatina de moderada intensidade e ezitimiba com a monoterapia de estatina de alta intensidade em pacientes com doença cardiovascular aterosclerótica. O desfecho analisado foi um composto de morte por causa qualquer, infarto do miocárdio, morte cardiovascular, acidente vascular cerebral não fatal, revascularização da artéria coronária e hospitalização por insuficiência cardíaca (MACE) em três anos. O software R versão 4.3.1 foi empregado para análise estatística utilizando o modelo random-effects.
Resultados: Três estudos abrangendo 107.823 pacientes com doença cardiovascular aterosclerótica foram incluídos, dos quais 18.903 (17,5%) foram designados a terapia combinada. O tempo de seguimento foi 3 anos em todos os estudos. Em resumo, os pacientes designados a terapia combinada obtiveram resultados de MACE superiores aqueles submetidos a monoterapia (RR 0.82; IC 95% 0.74 – 0.91; p<0.05). Esses resultados são consistentes com as análises dos desfechos isolados, como morte por qualquer causa (RR 0.83 IC 95% 0.76 – 0.91; p<0.05), morte cardiovascular (RR 0.76; IC 95% 0.69 – 0.83; p<0.05) ou acidente vascular cerebral não fatal (RR 0.80; IC 95% 0.72 – 0.88; p<0.05). Não houve diferença significativa entre os grupos na hospitalização por insuficiência cardíaca (RR 0.95; IC 95% 0.88 – 1.02; p=0.17), na revascularização coronária (RR 0.82; IC 95% 0.68 – 1.00; p=0.05) e no infarto agudo do miocárdio (RR 0.73; IC 95% 0.42 – 1.25; p=0.25)
Conclusões: Em resumo, os desfechos clínicos dos pacientes em uso da terapia combinada de estatina de moderada intensidade mostraram-se favoráveis em relação a monoterapia de alta intensidade. Portanto, nossa meta-análise sugere a eficácia e segurança da terapia combinada em desfechos clínicos em três anos de pacientes com doença cardiovascular aterosclerótica.