Introdução: o balão intra-aórtico é um suporte circulatório mecânico que pode ser utilizado para recuperação ou ponte para o transplante cardíaco. Seu sítio de inserção mais frequente é a artéria femoral, implicando em restrição do paciente ao leito e deterioração do seu status funcional, sendo este um fator prognóstico que impacta na mortalidade. A utilização do sítio axilar permite a realização de testes funcionais, a prescrição de exercícios físicos fora do leito e a deambulação. Não há descrição de um programa de reabilitação cardíaca específico para este perfil de pacientes. Objetivo: elaborar uma diretriz institucional de assistência fisioterapêutica para a reabilitação motora de pacientes com BIAo axilar, baseada na análise retrospectiva de uma série de casos e da revisão da literatura disponível. Método: este é um estudo observacional e retrospectivo, com busca ativa de registros em prontuário eletrônico do atendimento fisioterapêutico, no período de janeiro a outubro de 2023. Resultados: A inserção axilar foi realizada em 12 pacientes, as condutas fisioterapêuticas fora do leito foram possíveis em 8 pacientes e em 60% dos atendimentos totais (n= 394). As mais frequentes foram a sedestação em poltrona (49%), ortostatismo (41,3%), deambulação (40%), exercícios resistidos (42%) e cicloergometria (24%), com o uso frequente das escalas ICU Mobility Scale (IMS, 70%) e Medical Research Council(MRC, 64%) e relatados 4 eventos adversos (1%). Com base nestes dados, foi elaborada uma diretriz assistencial de reabilitação cardíaca específica, organizada em 4 fases progressivas com alocação inicial e progressão definidas pelos escores da IMS e MRC (Fig. 1). Sugerimos, a prescrição individualizada de exercícios baseada no teste de de 10 repetições máximas e a monitorização de intensidade pela escala de esforço referido de Borg e OMNI-RES (Omnibus Resistance Exercise Scale). Para acompanhar a evolução intra-fase, o Short Physical Performance Battery (SPPB), Teste de Marcha Estacionária de 2 minutos (TME2’) e a força de preensão palmar (FPP). Conclusão: a observação da prática assistencial demonstrou que é viável implementar um programa de reabilitação cardíaca para este perfil de pacientes. A avaliação do comportamento hemodinâmico, de eventos adversos e do efeito desta diretriz precisam ser avaliados por estudos observacionais e ensaios clínicos controlados.