Introdução: o infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das principais causas de morte mundial. Em 2017, ocorreram 126 milhões de infartos, levando à morte de 9 milhões de pessoas no mundo. A principal complicação do tratamento antitrombótico do infarto, são os eventos de sangramento. Mais de um quarto dos pacientes que são trombolisados apresentam episódios de sangramentos, e 20% necessitam de tranfusão sanguínea. A iniciativa BARC - Bleeding Academic Research Consortium foi criada, a fim de padronizar as definições de sangramento em intervenção coronariana primária e trazer uniformidade a análise desse evento adverso extremamente grave que piora o prognóstico dos pacientes. Sendo assim o objetivo foi avaliar o perfil de pacientes atendidos em rede de Infarto em Hospital Universitário que apresentaram sangramento.Metodologia: foram avaliados de forma retrospectiva pacientes atendidos na rede de infarto de Hospital Universitário no período de 2010 a 2020.Resultado: avaliados 3039 pacientes atendidos na rede de infarto com média de idade de 58 anos e sendo 70% do gênero masculino. Desses pacientes atendidos 92,8% apresentaram IAM com supra ST, 2,4% IAM sem supra ST e 1,3% angina instável. Na avaliação de classificação de Killip-Kimball na admissão, a maioria encontrava-se em Killip I (81,5%) seguido de II (13,4%), III (1,9%) e IV (3,2%). O tipo de estratégia de reperfusão adotada em sua maioria foi a estratégia fármaco-invasiva (com ou stent) (64,3%), seguido de angioplastia de resgate (29,0%), angioplastia primaria (3,8%) e angioplastia eletiva (> 72 horas pós trombólise) (2,9%). Avaliada ocorrência de complicação ocorrida como: dissecção Coronária (20,9%), ruptura coronária (1,4%), reinfarto (7,6%), tamponamento (0,8%), no reflow (32,2%), acidente vascular hemorrágico (2,0%), hematoma perna / outro sangramento pequeno a moderado (38,1%) e hemorragia > 5g (16, 4,5%). Na avaliação de grau de Sangramento conforme a classificação de BARC tipo: 1 (62,0%), 2 (7,4%), 3A (18,1%), 3B (4,2%), Tipo 3C (8,3%), e 4, 5A ou 5B: 0 pacientes.Conclusão: o tratamento antitrombótico do infarto pode causar sangramento piorando o prognóstico dos pacientes. Entretanto, a maioria dos pacientes atendidos na rede de infarto encontravam-se em Killip I, a maioria evoluiu com sangramento menor BARC tipo 1.