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PET/CT no diagnóstico de Endocardite Infecciosa Atípica: Um relato de caso

Castro, M.F., Campos, F.S., Gouveia, J.L., Ribeiro, G.J., Sebold, L., Sado, H.N., Assakawa, F.H., Bergamasco, M.D.D., Buchpiguel, C.A., Abreu, B.N.A.
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A Endocardite Infecciosa (EI) é uma doença grave com alta mortalidade, de difícil diagnóstico por sua apresentação clínica inespecífica e grande espectro de microorganismos envolvidos. A Tomografia por Emissão de Pósitrons associada a Tomografia Computadorizada (PET/CT) é utilizada em casos desafiadores em que a EI não é confirmada por outros métodos. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 76 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico, portador de marcapasso e com antecedente de troca valvar aórtica biológica, apresentou piora funcional e emagrecimento há dois anos, com internações por febre a esclarecer e pneumonias. Apresentou melhora apenas parcial após antibioticoterapia apesar de hemoculturas (HMCs) negativas. Investigou gamopatia monoclonal de significado indeterminado e pancitopenia, descartando amiloidose e mieloma múltiplo. Na última internação, aventada hipóese de EI porém com ecocardiograma transtorácico inconclusivo. Optado por realização de PET/CT com F18-FDG que evidenciou hipermetabolismo em regiões basais do septo interventricular e do miocárdio do ventrículo esquerdo adjacente aos anéis das válvulas aórtica e mitral. Com hipótese de EI atípica com HMCs negativas, coletadas sorologias, identificada Coxiella burnetii, justificando também quadro sistêmico por febre Q. Tratado com doxiciclina com melhora laboratorial, clínica e radiológica após 6 meses. PET/CT de controle com acometimento em grau inferior e em menor extensão. DISCUSSÃO: A infecção por C. burnetii resulta na febre Q, que de forma aguda pode se manifestar como um quadro febril associado a manifestações de sistemas respiratório e hepático. Em sua forma crônica pode se manifestar como EI além de hepatite crônica. A ocorrência de EI com HMC negativas é de até 20% dos casos e é mais comumente vista em pacientes com idade avançada e valva protética. O PET/CT tem alto valor diagnóstico na EI de próteses valvares ou dispositivos intracardíacos, sendo incorporado no algoritmo diagnóstico das últimas diretrizes mundialmente. Foi incluído como critério maior nos Critérios de Duke Modificado - ISCVID 2023 e pelo ESC como classe I de recomendação nos casos duvidosos em pacientes com esse perfil. CONCLUSÃO: O uso do PET/CT tem importância fundamental no diagnóstico de casos suspeitos de EI. Incorporado de maneira formal em diretrizes e nos critérios de Duke, cada vez mais esse exame ganha espaço e se torna rotina no diagnóstico da EI, permitindo tratamento mais precoce e consequente aumento de sobrevida.

Imagens do PET/CT com hipermetabolismo em regioes cardíacas

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