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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

CORRENTE DE LESÃO SUBEPICÁRDICA ÂNTERO-SEPTAL EM LACTENTE – ACHADO ELETROCARDIOGRÁFICO ATÍPICO DA SÍNDROME DE ALCAPA

Von Zuben, P.R.G.S;, Ali, S.A.Y.M;, Pereira, J.G.V;, Abduch, O.G.F;, Querobin, S.Q;, Lopes, V.P;, Sousa, A.D.F;, Mabilia, V.C;, Madaloso, B.A;
Centro Universitário São Camilo - São Paulo - São Paulo - Brasil

INTRODUÇÃO: A síndrome de ALCAPA (SA) é uma coronariopatia rara, a qual consiste na origem anômala da artéria coronária esquerda, proveniente da artéria pulmonar e compreende cerca de 2,2% das cardiopatias congênitas, com taxa de mortalidade de 90% no primeiro ano. O tipo infantil decorre de uma ineficiente circulação colateral intercoronária, o que suscita o aparecimento de insuficiência cardíaca isquêmica precoce. Apesar de tudo, o prognóstico é positivo após a resolução cirúrgica da anomalia congênita.

RELATO DE CASO: lactente 5 meses, feminino, levada ao atendimento por quadro de dispneia, sudorese, gemência, síncope e vômitos, além de notável cardiomegalia a esclarecer. Na avaliação eletrocardiograma (ECG) evidenciou presença de ondas Q em parede lateral e sobrecarga ventricular esquerda (SVE). Ecocardiograma (ECO) transtorácico corroborou dilatação de câmaras esquerdas, fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE) de 32% (Teicholz), além de implantação de coronárias em sítio habitual, porém má visualização de fluxo. Indicada internação em semi-intensiva para elucidação diagnóstica, na qual transcorreu alteração dinâmica eletrocardiográfica - corrente de lesão anterosseptal subepicárdica (imagem 1). Rapidamente evoluiu com episódios de parada cardiorrespiratória revertidos, mas sem estabilização clínica, e encaminhada ao centro cirúrgico, confirmando anomalia coronária sob visão direta. Paciente recebeu alta hospitalar com bons parâmetros clínicos e FEVE 34% (Simpson), e retorno ambulatorial após 10 meses, com recuperação completa da função sistólica (FEVE de 65% - Teicholz) e SVE ao ECG.

DISCUSSÃO: A SA cursa com quadro de miocardiopatia dilatada de origem isquêmica com elevada mortalidade, e alterações no ECG são comuns, sobretudo com presença de ondas Q em até 80% dos casos, bem como progressão lenta de onda R nas precordiais. Entretanto, raramente se manifesta como alteração do segmento ST, havendo singulares relatos de supradesnivelamento, incluindo este, reforçando a gravidade e urgência desse diagnóstico mesmo na presença de ECO pouco sugestivo. Em nosso caso, foi visualizado a presença de corrente de lesão subepicárdica com 7mm em parede ântero-septal. Ademais, em revisão sistemática, foi elucidado papel central do ECO em apenas 5,3% dos casos, apesar de divergência entre autores.

CONCLUSÃO: A SA é uma causa atípica de corrente de lesão subepicárdica, e o diagnóstico demanda alta suspeição clínica atrelado a recursos imaginológicos e cirúrgicos, porém, mesmo em casos graves apresenta bom prognóstico após correção cirúrgica.

 

 

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