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Análise de sobrevida do implante transcateter de válvula aórtica em pacientes com câncer de próstata e estenose aórtica grave: dados da rede internacional TriNetX

Rafael Amorim B. Nunes, Leandro M. A. da Costa, Thiago Luiz Scudeler, Thiago M Brito, Roger P. Oliveira, Daniel C. G. Pereira, Marcelo J. C. Cantarelli, Hélio José Castello Junior, Rafael Otto Schneidewind, Álvaro Avezum
HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Introdução

Pacientes com câncer de próstata apresentam altas taxas de doenças cardiovasculares, incluindo doenças degenerativas das válvulas cardíacas, como a estenose aórtica. Não é incomum na prática clínica a realização de implante de valvar aórtica transcateter (TAVI) em pacientes com estenose aórtica grave e câncer de próstata ativo. Ainda assim, o prognóstico após este procedimento nesta população não é bem conhecido.

 

Objetivo

Analisar as taxas de sobrevida de 1 ano e 3 anos após TAVI em pacientes com câncer de próstata submetidos a TAVI quando comparados com pacientes sem câncer ativo.

 

Métodos

Os dados foram extraídos de registros médicos eletrônicos de uma grande rede colaborativa multinacional (TriNetX) que atualmente abrange 113 organizações de saúde em todo o mundo, com mais de 100 milhões de pacientes. Foram incluídos pacientes com idade igual ou superior a 18 anos com câncer de próstata documentado até 12 meses antes do TAVI, bem como controles submetidos a TAVI sem história oncológica antes do procedimento. Análises de sobrevida para 1 ano e 3 anos foram realizadas com análise de  Kaplan Meier (teste Log-rank). O pareamento por escore de propensão, utilizando variáveis ​​ clínicas e demográficas, foi realizado para parear as coortes.

 

Resultados

De uma coorte de 26.656 homens submetidos ao TAVI, identificamos 1.040 com câncer de próstata diagnosticado até 1 ano antes do TAVI (grupo de câncer de próstata) e 20.231 pacientes sem história oncológica antes do TAVI (grupo controle). Após pareamento por escore de propensão, analisando 1.040 pacientes em cada grupo, a probabilidade de sobrevida em 1 e 3 anos não foi diferente entre o grupo com câncer de próstata versus o grupo controle (89,5% vs 88,9%, p=0,70 e 72,6% vs 68,7% , p=0,22, respectivamente). Considerando apenas pacientes com câncer de próstata metastático (n = 229) sob terapia de privação androgênica versus o grupo controle (n = 229), também não observamos diferença de sobrevida entre os dois grupos no seguimento de 1 e 3 anos ( 88,1 vs 89,1%, p=0,69 e 58,7% vs 67,4%, p=0,25).

 

Conclusões

Nesta análise do mundo real, pacientes com câncer de próstata e estenose aórtica grave submetidos a TAVI, incluindo pacientes com doença metastática, não tiveram taxas de sobrevida inferiores em 1 e 3 anos comparados aos pacientes controles submetidos a TAVI sem história oncológica.

 

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