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Choque inapropriado de cardiodesfibrilador durante passagem de cateter venoso central em paciente com monitoramento remoto

Raoni de Castro Galvão, Carvalho ESL, Pucci JPV, Pepe ML, Vieira OG, Santos FA
Centro de Ritmologia de Brasília - Brasilia - DF - Brasil

O cardiodesfibrilador interno (CDI) é consagrado na proteção de pacientes com alto risco de taquiarritmias ventriculares (TV) potencialmente fatais. O monitoramento remoto (MR) de pacientes com dispositivos cardíacos implantáveis promove vigilância em tempo integral do funcionamento do dispositivo com atualizações a cada 24h, e permite intervenções rápidas em caso de alertas de eventos clínicos ou de mau funcionamento do dispositivo. Relatamos o caso de uma paciente portadora de CDI que apresentou terapia de choque inapropriada do aparelho durante passagem de cateter venoso central.

Relato de caso: Paciente 78 anos, HAS, DM2, DAC, mcp isquemica com FEVE 40%. Implante de CDI em 12/2021 para prevenção secundária de MS cardáica após internação por TVS com instabilidade. Paciente com sistema de monitoramento remoto (Cardiomessenger, Biotronik®) desde o implante. No período sempre com bom funcionamento do CDI, sem anormalidades na sensibilidade, impedância ou limiar de comando. Nenhum registro de ruido atrial ou ventricular.

Pcte internou na UTI por sepse grave por pneumonia. Houve a necessidade de instalação de cateter de PICC. Durante a passagem do cateter por veia braquial direita, ocorreu uma terapia de choque do CDI, sendo imediatamente acionado um alerta via MR para a nossa clínica. Observado que se tratava de choque inapropriado por interferencia e ruido em canal ventricular. Canal de far-field também mostrou diversas EVs polimórficas precedendo o evento (fig 1,2 e 3).

Fig1,2 e 3: MR com terapia inapripriada por ruido em canal V.

Entrado imediatamente em contato com a UTI do hospital e confirmado que o choque se deu durante a passagem do cateter de PICC. Informado a equipe médica da UTI do serviço e a paciente sobre o choque inapropriado decorrente da passagem do fio guia durante o procedimento. fig4

Fig4: RX com CDI e cateter de picc por V subclávia D

Em telemetria presencial, não visto alteraões em sensibilidade, impedancia ou limiar de comando dos eletrodos. Sem ruido em canal ventricular mesmo a mobilização de membros superiores. Mantido a programação antibradicardica e antitaquicardica do CDI e orientado equipe da UTI a utilizar imã sobre o CDI em caso de necessidade de passagem de cateter venoso central.

Discussão: O MR pode ser extremamente útil em pacientes portadores de CDI. Neste caso propiciou notificação e identificação quase imediata da causa da terapia de choque, facilitando e agilizando tomada de decisões pela equipe médica. Tal evento ainda colaborou para a mudança em protocolol de passagem de PICC em pacientes portadores de CDI. 

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