Introdução: A implementação de ações de educação em saúde desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida e no controle de fatores de risco associados às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). No ambiente de trabalho, a promoção dessas ações contribui para atenuar o estresse, fortalecer os laços sociais, incentivar a prática de atividade física, lazer, alimentação saudável e outros benefícios. Assim, o objetivo é avaliar o impacto de um programa de educação em saúde multiprofissional nos níveis pressóricos, avaliação bioquímica e antropométrica de colaboradores de um hospital terciário em São Paulo. Métodos: estudo descritivo, realizado com colaboradores de um hospital de referência em cardiopneumologia, durante 2017 a 2023. O programa ocorreu semestralmente, com duração de 16 semanas, com encontros semanais de 60 minutos. Os participantes receberam orientações relativas à saúde global, alimentação, exercício físico, medicações e/ou fitoterápicos, autocuidado e lazer, por meio de aulas expositivas e dinâmicas, ministradas por equipe multiprofissional. Os participantes foram avaliados no início e ao final do programa quanto a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), avaliação bioquímica (colesterol total e frações, glicose), índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura (CC). Os colaboradores com dados incompletos foram excluídos da amostra. Para análise estatística utilizou-se a comparação de mediana por meio do teste de Wilcoxon, considerando p<0,05. Resultados: o programa obteve a participação de 57 colaboradores. A PAS e PAD demonstraram redução significante (PAS inicial: 123 x PAS final: 122 mmHg; p=0,0029 / PAD inicial: 79 X PAD final: 72 mmHg; p=0,0001). Não foram observadas diferenças significantes nos resultados de avaliação bioquímica. O IMC mediano pré intervenção foi classificado como obesidade (30,97 kg/m2), enquanto o valor após como sobrepeso (29,9 kg/m2), com redução significante (p=0,0001). A CC comportou-se de modo semelhante, com mediana inicial de 97 cm e final de 94,5 cm (p=0,0001). Conclusão: o programa demonstrou impacto significativo na composição corporal e pressão arterial dos colaboradores. Estes resultados reforçam a relevância das ações de educação em saúde nesse contexto, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida e controle dos fatores associados às DCNT. Ademais, a promoção do autocuidado contribui para uma cultura organizacional que valoriza a saúde integral dos profissionais, podendo gerar impacto não apenas na saúde física, mas também na satisfação profissional.