INTRODUÇÃO: A febre reumática aguda é uma condição precedida pela infecção, em geral faringite, por cepas de um estreptococo beta-hemolítico do grupo A. Ocorre quando há uma reação cruzada dos antígenos da bactéria com tecidos humanos, especialmente o cardíaco. A longo prazo, há dano às válvulas cardíacas, com notável morbimortalidade, especialmente em países subdesenvolvidos.
METODOLOGIA: Foi conduzido um estudo epidemiológico descritivo, transversal e quantitativo com o uso de dados secundários do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS/MS). A análise abordou internações de pessoas febre reumática aguda na região Sudeste no período de 2019 à 2023, considerando as variáveis raça, sexo e o idade.
RESULTADOS: Durante o período analisado, foram registradas 2.586 internações por febre reumática aguda na Região Sudeste, com médias de 6,8 dias de internação e R$ 998,55 reais de custo por internação. O estado de São Paulo apresentou o maior número absoluto de internações (1.170), com a menor média de dias de internação (5,2) e com um custo médio de R$ 924,59. Em contraste, o estado do Rio de Janeiro apresentou 658 internações, com 10,4 dias de média e custo médio de R$ 1.001,38.
O maior número de internações ocorreu em 2019. A distribuição entre os sexos foi semelhante, com 1.373 internações em homens (com média de 6,5 dias de duração e custo médio de R$ 1.006,18) e 1.213 em mulheres (com médias de 7,3 dias e de R$ 989,90). Quanto à cor/raça, houve maior incidência em brancos (1.166 internações, com 5,8 dias de média de duração e R$ 982,28 de média de custo). No entanto, os pacientes negros e pardos apresentaram maiores tempos médios de internação e maiores custos médios: 8,1 dias e R$ 1.147,89 (pretos) e 7 dias e R$ 992,79 (pardos). Quanto à faixa etária, a mais acometida foi entre 60 e 59 anos (507 internações), enquanto a faixa etária com custo médio mais elevado foi entre 70 e 79 anos (R$ 1.201,92). Por fim, a faixa etária entre 20 e 29 anos teve a maior média de dias de internação (8,9 dias).
CONCLUSÃO: Assim, no recorte analisado, 2019 foi o ano com maior número de internações, principalmente no estado de São Paulo. Os pacientes com maior número de internações foram homens, brancos e entre 59 e 60 anos. Ademais, os grupos com maior tempo de internação foram mulheres, a população negra e parda, assim como pessoas entre 20 e 29 anos de idade.