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Inibidores do SGLT2 em pacientes com amiloidose e insuficiência cardíaca: uma análise de dados de mundo real

Rafael Amorim B. Nunes, Leandro M. A. da Costa, Precil Diego M. M. Neves, Victor A. Sato, Álvaro Avezum Junior
HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Introdução

Os inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2) reduzem o risco combinado de morte e hospitalização em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida ou preservada. No entanto, faltam evidências do seu impacto em pacientes com insuficiência cardíaca relacionada à amiloidose cardíaca.

 

Objetivo

Avaliar o impacto dos inibidores do SGLT2 na morte e hospitalização em pacientes com amiloidose e insuficiência cardíaca.

 

Métodos

Nesta coorte retrospectiva, utilizamos dados do mundo real de 108 organizações de saúde participantes da rede colaborativa global de pesquisa em saúde TriNetX. Identificamos 24.958 pacientes com amiloidose e insuficiência cardíaca sem exposição a inibidores do SGLT2 (grupo controle) e 2.987 pacientes com amiloidose (de etiologias conhecidas ou indeterminadas) e insuficiência cardíaca em tratamento com inibidores do SGLT2 (grupo SGLT2i). Realizamos pareamento de escores de propensão para características demográficas e clínicas e calculamos as razoes de risco (hazard ratios, HR) com modelos de riscos proporcionais de Cox. Na análise de sobrevida, curvas de Kaplan Meier foram realizadas (Figura 1). Os desfechos foram mortes por todas as causas e hospitalização em 12 meses.

 

Resultados

Após pareamento por escore de propensão, foram analisados 2.706 pacientes em cada grupo. Durante o seguimento de 12 meses, 243 (8,9%) pacientes morreram no grupo SGLT2i e 510 (18,8%) pacientes morreram no grupo controle (HR 0,52, IC 95% 0,44-0,60). No grupo SGLT2i, 1.206 (44,5%) pacientes foram hospitalizados e no grupo controle 1.508 (55,7%) pacientes foram hospitalizados (HR  0,754, IC 95% 0,69-0,81). As curvas de Kaplan-Meier são mostradas na Figura 1.

 

Conclusões

Nesta análise do mundo real em pacientes com amiloidose e insuficiência cardíaca, os inibidores do SGLT2 foram associados a menor risco de morte por todas as causas e hospitalizações em 12 meses. Estudos randomizados e controlados precisam ser realizados para confirmar a eficácia dos inibidores do SGLT2 em pacientes com insuficiência cardíaca devido à amiloidose cardíaca.

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