SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

DISSECÇÃO CORONARIANA ESPONTÂNEA: A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO VASCULAR INTRACORONARIANA

Izadora Raduan Brigo, Thaís Baptista Teixeira, Leopoldo Moura Angerami , Isabella de Luna Kalil, André Costa Ferneda, Alexandre de Matos Soeiro, Tatiana de Carvalho Andreucci Torres Leal, José Roberto de Oliveira, Paulo Rogério Soares
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A dissecção espontânea da artéria coronária é uma separação não traumática e não iatrogênica da parede arterial coronária. Causa rara de infarto agudo do miocárdio, mais comum em jovens e mulheres. O uso de técnicas de avaliação coronariana intravascular torna-se imprescindível quando disponível. 

Relato de caso: Feminino, 47 anos, com dor precordial em aperto irradiada para ombro, após estresse emocional. Há um mês teve quadro semelhante, documentado infarto com supra de ST de parede inferior e cateterismo cardíaco (CATE) sem lesões obstrutivas, diagnosticada com Takotsubo. Nesse momento, eletrocardiograma (ECG) mostrava supra de ST anterior. Trombolisada e ECG após 1 hora apresentou melhora do supra e discreta melhora da dor. Transferida a um hospital terciário e realizado CATE com padrão obstrutivo uniarterial (50% segundo diagonal); artéria descendente anterior (DA) sem lesões obstrutivas, com irregularidades parietais, ectasia e "haziness" discreto. Ventriculografia com disfunção sistólica global acentuada, discinesia nas paredes anterior e apical, semelhante ao Takotsubo, com troponina acima de cinquenta mil. As recorrências da dor eram responsivas à nitroglicerina. Ressonância magnética mostrou acinesia apical, com realce tardio transmural nos segmentos inferior e lateral, interrogadas miocardite ou etiologia isquêmica. Foi optado por CATE com tomografia de coerência óptica (OCT) para melhor definição da anatomia, que evidenciou dissecção espontânea da artéria DA, mantido tratamento clínico. 

Discussão: A dissecção espontânea da artéria coronária deve ser considerada em jovens e mulheres, sem história de doença coronariana ou fatores de risco, que apresentam infarto. O diagnóstico pode ser dado pela angiografia coronária. No entanto, uma série angiográfica mostrou que tais alterações estereotipadas foram observadas em < 30%. A maioria dos casos tinha estreitamento difuso na angiografia devido a hematoma intramural e frequentemente não era reconhecida, levando ao subdiagnóstico. Em pacientes cujo diagnóstico não é confirmado com angiografia, a imagem intracoronária com OCT ou ultrassom é fundamental. 

Conclusão: Este caso é uma rara manifestação de “myocardial infarction with nonobstructive coronary arteries” (MINOCA), com diagnósticos diferenciais de Takotsubo, miocardite, vasoespasmo e dissecção coronariana. O diagnóstico tornou-se plausível com CATE OCT e evidencia a importância deste para definição da etiologia e manejo.

 


Figura 1: CATE OCT evidenciando dissecção espontânea da artéria DA.

 

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

44º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

30 de Maio a 01 de Junho de 2024