INTRODUÇÃO: A aterosclerose (AT) é uma das principais doenças cardiovasculares (DC) com alto nível de morbimortalidade no mundo. A maioria dos casos são, inicialmente, assintomáticos e a piora depende dos hábitos de vida e existência de doenças secundárias. Dessa forma, o presente estudo identifica o cenário das internações e óbitos por AT, segundo dados sociodemográficos e epidemiológicos.
OBJETIVO: Caracterizar o cenário da morbimortalidade por aterosclerose no Sistema Único de Saúde (SUS) e analisar o perfil das internações e óbitos na Bahia entre 2013 e 2023.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo, embasado em dados secundários disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre AT, relativo aos anos de 2013 a 2023, no estado da Bahia. As variáveis consideradas incluem sexo, cor/raça, faixa etária, unidade da federação e macrorregião de saúde.
RESULTADOS: A AT se constitui como a terceira DC mais fatal do Brasil, com 5,2% de letalidade nacional. Na Bahia, durante o período de 2013 a 2023, foram notificadas 17.753 internações e 831 óbitos, com significativa crescente nos últimos anos. Quanto as unidades da federação, o estado ocupa a 4ª posição no volume de internamentos e mortes do país, ficando atrás de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Observa-se que a população mais afetada foi a idosa, entre 60 a 80 anos, correspondendo a 78,8% das internações e 91% dos óbitos. Acerca da cor/raça, pretos e pardos representam a maioria dos internamentos (50,4%) e mortes (43,4%). Por outro lado, não foi evidenciada diferença significativa entre os diferentes sexos, sendo o masculino com maior proporção de internações (52,6%) e o feminino com mais óbitos (54,6%). Em relação à macrorregião de saúde, o Leste se sobressai com 72,2% dos internamentos e 63,2% das mortes.
CONCLUSÕES: Perante os dados coletados, é evidente que a AT representa um desafio de alta magnitude no SUS, na esfera nacional e estadual, manifestando-se de forma alarmante face o aumento das internações e óbitos nos últimos anos do decênio analisado. No entanto, é importante ressaltar que os dados podem subestimar a verdadeira extensão do problema, dado o volume significativo de notificações com informações incompletas. Dessa forma, é imperioso o aprimoramento das estratégias de prevenção e detecção precoce por meio do fortalecimento da educação em saúde na atenção primária, bem como dos sistemas de vigilância epidemiológica, visando mitigar o risco de agravamento e subnotificações da AT.
PALAVRAS-CHAVE: Aterosclerose; Óbitos