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ÍNDICE TRIGLICERÍDEO-GLICOSE E DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM INDIVÍDUOS COM HIPERTENSÃO

Laura do Val Del Chiaro, Elana Stein, Angela Bersch-Ferreira, Rachel Machado, Camila Belo , Gabriela Cruz, Ana Luíza Ávila, Erlon Abreu-Silva, Aline Marcadenti
Hcor - SÃO PAULO - SP - Brasil, IC/FUC - PORTO ALEGRE - RS - Brasil, USCS - SÃO CAETANO DO SUL - SP - Brasil, BP - SÃO PAULO - SP - Brasil

Introdução: O índice triglicerídeo-glicose (TyG, triglyceride-glucose index) tem sido relacionado com resistência à insulina na população em geral, mas sua relação com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em indivíduos em risco para doença cardiovascular foi pouco explorado. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre o índice TyG e DM2 em indivíduos com diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica (HAS).

Métodos: Esta foi uma análise transversal realizada com dados da linha de base de um ensaio clínico randomizado multicêntrico conduzido em cinco regiões do Brasil (estudo NUPRESS, NCT03793881), no qual indivíduos com diagnóstico de HAS 21 anos e que consentiram em participar foram incluídos. Um protocolo padronizado para a coleta dos dados demográficos, clínicos, antropométricos e bioquímicos foi utilizado. As pressões arteriais sistólica e diastólica (PAS/PAD) foram obtidas a partir de um dispositivo de monitoramento oscilométrico automatizado. Índice TyG foi calculado de acordo com a fórmula matemática ln[triglicerídeos em jejum (mg/dL) x glicemia de jejum (mg/dL)/2]. Modelo de análise de covariância e a área sob a curva ROC (AUC) foram usados para avaliar possíveis associações e capacidade preditiva.

Resultados: No total, foram avaliados 350 indivíduos com média de idade 52,2 ±10,5 anos e índice de massa corporal (IMC) 31,3 ±4,7 kg/m2; 41,4% eram homens e 19,1% tinham diagnóstico de DM2. Com relação às características metabólicas, as médias de triglicerídeos séricos, glicemia de jejum, hemoglobina glicada (HbA1c), PAS, PAD e TyG foram, respectivamente: 158,8 ±113,3 mg/dL, 106,1 ±41,9 mg/dL, 6 ±1,4%, 138,4 ±19 mmHg, 90,1 ±12,6 mmHg, e 8,9 ±0,6. Após ajuste para sexo, idade, IMC e HbA1c, as médias do índice TyG foram maiores em indivíduos com DM2 em comparação com aqueles sem DM2 (9,3 ±0,8 vs. 8,8 ±0,5; P < 0,0001). A AUC foi de 0,72 (IC 95% 0,65 a 0,79; P < 0,0001), indicando um bom poder discriminatório do índice TyG na predição do DM2; um ponto de corte de 8,6 mostrou 85% de sensibilidade e 39% de especificidade.

Conclusões: Em indivíduos com diagnóstico de HAS, o índice TyG esteve associado com diagnóstico de DM2.

Conflito de interesse: Nenhum.

Financiamento: Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).

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