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Telefarmácia para acompanhamento ambulatorial de pacientes em uso de varfarina

Alexander Maia Soares, Nelson do Canto Oliveira Saks Segundo, Camila Portela Vinturim, Fernanda Felipe Lima, Dayana Karina Favoreto Freitas Lustosa, Andressa Tadeu Moreira Fernandes, Mariana Cappelletti Galante, Ana Lúcia Rego Fleury de Camargo
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução e objetivos: A varfarina é o anticoagulante oral disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde amplamente utilizado para prevenção de eventos trombóticos. A ação da varfarina depende de fatores intrínsecos e extrínsecos e é essencial o acompanhamento dos pacientes em uso. O objetivo deste trabalho é caracterizar um serviço de farmácia clínica ambulatorial que utiliza a telefarmácia  como recurso para atendimento dos pacientes em uso de varfarina. Métodos: Estudo retrospectivo de abril a dezembro de 2023 realizado em um Ambulatório de Anticoagulação de um hospital terciário especializado em Cardiopneumologia em São Paulo. Os pacientes realizam o exame de sangue para o controle do tempo de protrombina (TP) periodicamente. Segue procedimento: paciente é admitido no hospital para a realização do exame, realiza uma entrevista presencial com o farmacêutico clínico (confirmação da dose de varfarina, monitoramento de eventos adversos e causas que possam alterar o resultado do TP) e realiza o exame. Na entrevista, o farmacêutico avalia se o paciente poderá ter atendimento remoto ou irá aguardar presencialmente a consulta com o médico. Para os remotos, após a conduta médica perante o resultado do exame de TP, o farmacêutico efetua a avaliação farmacêutica da prescrição e executa a telefarmácia, por duas modalidades: webconferência ou telefone. A teleconsulta farmacêutica é composta por orientação sobre os ajustes posológicos, interações alimentares e medicamentosas, e monitoramento de sangramentos. Resultados: No período foram realizados 3.094 atendimentos no total, sendo, 725 por webconferência e 2.369 por telefone. Do total, 1.058 foram agendados para teleconsulta farmacêutica por webconferência e destas, a aceitabilidade foi de 68,53% (n=725). A predominância foi do gênero feminino (65,4%) e pacientes valvares (61,8%) com média de idade de 63 anos. Dos 725 atendimentos, a prevalência do RNI (Relação Normatizada Internacional - INR) foi infra-terapêutica com 75,7% e média de 1,7. Os principais motivos da não realização foram o absenteísmo (40,84%) e a falta de habilidade com a tecnologia (23,42%). Em relação às 333 webconferências sem sucesso, 277 (83,18%) receberam o atendimento pela modalidade telefone. Conclusão: Considerando a periodicidade da realização de coletas do TP, o volume diário de pacientes e a necessidade de atendimento especializado, a telefarmácia tem se mostrado uma ferramenta estratégica para diminuição do tempo de jornada do paciente para a assistência e colaboração na adesão do paciente ao tratamento.

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