Fundamento: Estabelecer critérios funcionais de avaliação para o paciente isquêmico estratificado quanto ao risco de mortalidade.
Objetivo: Verificar o perfil funcional por meio da mobilidade (Tempo de Perme), força de preensão palmar (FPP) e capacidade funcional (CF) e relacionar tais desfechos com o risco de mortalidade e tempo de internação.
Métodos: Estudo transversal, com 65 pacientes admitidos em Unidade Coronária (UCO), diagnosticados com Síndrome Coronariana Aguda, com idade a partir de 18 anos, estratificados pelo Global Registry of Acute Coronary Events (GRACE) e avaliados por meio do Escore Perme – Tempo de Perme, Dinamometria, Teste de Caminhada de 6 minutos. Foram aplicados testes correlação e utilizados modelos lineares para regressão logística A medida de efeito foi dada pela razão de chances e razão de médias. Um p < 0,05 foi adotado como significante.
Resultados: 74% dos pacientes foram do sexo masculino, com idade média (DP) de 62.4 (12) anos, no geral classificados com alto risco de mortalidade. O tempo de internação foi de 7.1 (5.4) dias, enquanto o Tempo de Perme foi em média 5.3 (3.9) dias. FPP (p<0.001) e CF (p=0.002) foram maiores no grupo de baixo risco. O efeito do risco cardíaco na FPP mostrou que a chance de FPP <=33, se risco alto, é 17 vezes a chance de FPP<=33 se baixo risco (IC95% 2.60,340; p=0,012). Em relação à CF, a chance de distância <=387, se risco alto, é 9.92 vezes a chance de distância <=387 se baixo risco (IC95% 1.82,80; p=0,014).
Conclusões: Quanto maior o risco cardíaco, maior foi o tempo para alcançar melhor mobilidade, maior o tempo de internação, e menor a força de preensão palmar e capacidade funcional. Se estratificado com alto risco cardíaco, a probabilidade de obter menor FPP e percorrer menor distância foi significantemente maior quando comparado ao baixo risco cardíaco.