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Perfuração coronariana em intervenção percutânea: embolização com gordura subcutânea e liberação de Coil intracoronário

David Ferreira Ferrari, Heleutério da C. N. Madogolele, Manuela C. R. Dias Barroso , Alexandre A. C. Abizaid, Aline N. A. da Silva, Guilherme H. Rodrigues, Alexandre de Matos Soeiro, Paulo Rogério Soares, Luca T. Dompieri
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: Complicações da angioplastia coronariana percutânea (ICP) são infrequentes, entretanto, guardam alto risco de morbimortalidade, sendo a perfuração coronariana uma das mais graves. RELATO DE CASO: Paciente, feminina, 82 anos, internada por infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST do foi submetida à cineangiocoronariografia percutânea evidenciando lesão em terço proximal das artérias descendente anterior de 80% e circunflexa de 90%. Optado nesse momento por angioplastia com colocação de 1 stent farmacológico em cada lesão. Porém, ao ser realizada injeção de contraste de controle, evidenciou-se perfuração coronariana causada pela ponta distal do fio-guia em sub-ramo marginal esquerdo. Paciente evoluiu com tamponamento cardíaco com instabilidade hemodinâmica e necessidade de intubação orotraqueal. Submetida a drenagem percutânea por punção de Marfan, com saída de cerca de 3 litros de sangue, recebendo 2 concentrados de hemácias e introduzido noradrenalina para controle hemodinâmico. Foi realizada insuflação prolongada de balão a 10 ATM sem sucesso, seguido de embolização com gordura subcutânea autóloga, com redução parcial do fluxo. Por fim, liberado coil proximal ao ponto de extravasamento, com resolução de perfuração. Realizado ecocardiograma transtorácico seriado, mantendo derrame pericárdico discreto, recebendo alta hospitalar posteriormente. DISCUSSÃO: Perfuração coronariana é uma complicação rara, com incidência que varia de 0,1% a 0,71%, e potencialmente grave, principalmente pelo risco de tamponamento cardíaco. Dentre os fatores de riscos, observamos angioplastia de coronárias com oclusão total crônica, lesões muito calcificadas e uso de Rotablator. Na abordagem inicial, pode ser realizado insuflação de balão na tentativa de cessar o sangramento. Em seguida, a depender do calibre e tamanho do vaso, pode-se proceder implante de stent revestido, quando objetivo não é ocluir completamente o lúmen, ou, em ramos pequenos e de fino calibre, onde a oclusão do vaso é necessária, embolização com gordura subcutânea autóloga, liberação de Coil ou microesferas. Quando, a despeito dessas terapias, persiste o extravasamento, a última opção é a abordagem cirúrgica de emergência.  CONCLUSÃO: Apesar de infrequente, perfuração coronariana no cenário de angioplastia deve ter o seu reconhecimento, estabilização e tratamento definitivo rápidos tendo em vista o altíssimo risco associado, sendo que a escolha da técnica varia conforme diâmetro e tamanho do vaso acometido.

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