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Desafios inerentes à TAVI em válvula aórtica bicúspide tipo 0: um relato de caso

Mariana Ferreira Paulino, Ana Cláudia Conrado de Oliveira, José Sergio Nascimento Silva, Daniela de Moraes Guerra, Arthur Guilherme Magalhães Procópio
Real Hospital Português - Recife - Pernambuco - Brasil

Homem de 64 anos, sem comorbidades conhecidas ou uso de medicações, apresentou 1 episódio de síncope, evoluindo com dispneia aos esforços (NYHA II) nos meses consecutivos. ECG sem alterações e ecocardiograma transtorácico (ECOTT) evidenciou estenose aórtica severa, com valva aórtica bicúspide. Ao ecocardiograma transesofágico (ECOTE) tinha gradientes sistólicos ventrículo esquerdo (VE) aorta (Ao) máximo de 59 mmHg e médio de 40 mmHg e área valvar aórtica igual a 1cm² com refluxo mínimo, além de remodelamento concêntrico do VE, cavidades de dimensões normais e VE com função sistólica preservada sem alteração segmentar. Optou-se por tratamento com implante de valva aórtica transcateter (TAVI). Realizado cateterismo cardíaco pré-procedimento que evidenciou artérias coronárias sem lesões obstrutivas significativas e a válvula aórtica intensamente calcificada com gradiente sistólico VE-Ao de 65mmHg. Então, foi submetido à TAVI, com pré-dilatação e sizing baloon e implante de prótese Sapien 3 ultra tamanho 26 com sucesso. Após a intervenção, paciente foi admitido em UTI coronária assintomático, apresentando BRE com FC normal, tendo recebido alta hospitalar após 48 horas do procedimento. O ECG de seguimento demonstrou duração do QRS normal (limítrofe). Um mês após o procedimento, o ECOTT de controle evidenciava TAVI bem posicionada e normofuncionante, com gradientes sistólicos VE-Ao máximo de 15mmHg e médio de 7mmHg e área valvar aórtica igual a 1,7cm², além de leve refluxo paravalvar.

Diante do quadro, nota-se a importância da medição do diâmetro intercomissural como rotina na avaliação de valvas aórticas bicúspides e o sizing balloon como passo essencial no procedimento. É valido lembrar da Classificação de Sievers, a qual classifica as valvas aórticas bicúspides de acordo com o número de rafes, com três tipos principais: tipo 0 (sem rafe), tipo 1 (uma rafe) e tipo 2 (duas rafes), sendo a tipo 0 (“puramente” bicúspide) a mais rara. Atualmente, a literatura tem se tornado cada vez mais abundante acerca da segurança, factibilidade e sucesso da TAVI nesse cenário. No entanto, ainda há questionamentos relacionados à válvula bicúspide tipo 0 como a durabilidade, qual o local ótimo de medição do anel valvar aórtico (anular? supra anular?), se há necessidade de prótese específica e se já podemos afirmar a não-inferioridade da TAVI em comparação à troca valvar aórtica cirúrgica.

             

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