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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Efeito da associação entre hipertensão arterial e câncer sobre o fenótipo muscular esquelético e parâmetros hemodinâmicos

Mateus José Arruda, Luis Felipe Rodrigues, Bruno Rocha de Avila Pelozin, Edilamar Menezes de Oliveira, Tiago Fernandes
USP - Escola de Educação Física e Esporte - São Paulo - SP - BRASIL

O câncer e as doenças cardiovasculares (DCV), representam as duas principais causas de morte em todo o mundo, onde se tem a hipertensão como principal fator de risco nas DCV. Estudos mostram que essas doenças possuem uma relação bidirecional e podem afetar o músculo esquelético e a progressão delas pode levar à caquexia. O objetivo foi avaliar o efeito associativo do câncer e da hipertensão arterial nos parâmetros hemodinâmicos, capacidade física, composição corporal e caracterização fenotípica do músculo esquelético. Ratos machos com 12 semanas de idade foram divididos em 4 grupos (n=10/grupo): controle (WkyC), controle tumoral (WkyT), controle SHR (ShrC) e tumor SHR (ShrT). Células tumorais Walker-256 (2,5 x 106 células em 0,5 mL de solução salina tamponada com fosfato) foram injetadas subcutaneamente em grupos de câncer, enquanto os controles foram injetados com veículos. O grupo ShrC apresentou, como esperado da hipertensão, um aumento da pressão arterial sistólica, média e diastólica, além de uma hipertrofia do ventrículo esquerdo. Entretanto, no ShrC houve uma diminuição de todos esses parâmetros, evidenciando uma caquexia cardíaca e caracterizando uma disfunção do miocárdio. O câncer reduziu a distância e o tempo do teste de esforço máximo e, quando associado à hipertensão, essa redução foi ainda maior. No teste de força de preensão, apenas o grupo ShrT apresentou redução. Os animais ShrT apresentaram crescimento tumoral 160% maior que os WkyT e uma redução no peso corporal livre de tumor. O grupo ShrT apresentou perda de peso de 10,0±1,9%, valor superior em relação ao grupo WkyT, configurando um perfil caquético. O grupo WkyT reduziu o peso dos músculos sóleo, plantar e gastrocnêmio. Da mesma forma, o grupo ShrC teve redução de peso plantar e gastrocnêmio. Porém, o grupo ShrT teve uma redução ainda maior em todos os músculos. Essa redução da massa muscular foi acompanhada de uma redução da área de secção transversa das fibras de 26% no grupo WkyT e de 47% no grupo ShrT, além de um aumento na fração total de colágeno do muscular de 56% e 86% respectivamente. Apenas a hipertensão causou redução de 20% na relação capilar/fibra e redução de 45% no percentual de fibras tipo I. Portanto, a associação dessas doenças causou maior crescimento tumoral e maior perda de massa muscular, força e esforço máximo decorrentes de uma fibrose e atrofia acentuadas da musculatura esquelética e de uma caquexia cardíaca. Apenas a hipertensão levou a uma alteração metabólica, caracterizada pela diminuição dos capilares e das fibras oxidativas.

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