Paciente de 40 anos, masculino, sem comorbidades prévias, foi encaminhado ao pronto-atendimento 21/11/2023 após sofrer perda súbita da consciência durante a prática de exercício físico. Na admissão, se apresentava inconsciente e sem pulso palpável, sendo iniciado imediatamente manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), sendo identificado ritmo de taquicardia ventricular sem pulso (TVSP) e realizado desfibrilação precoce, com retorno a circulação espontânea. Após estabilização do quadro, foi realizado angiografia coronária, que identificou anomalia na origem da artéria coronária direita, com origem no seio de valsalva esquerdo e trajeto interarterial proximal com redução luminal moderada. Além disso, foi realizado ecocardiograma transtorácico que mostrou aumento importante de câmaras direitas e disfunção do ventrículo direito. Assim, foi optado por complementar investigação com ressonância magnética cardíaca que identificou realce tardio subepicárdico em paredes anterior e inferior do ventrículo esquerdo, bem como, em todo o ventrículo direito, sugestivo de com displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD). Foi realizado discussão com “Heart Team” da instituição e devido a gravidade de ambos os achados encontrados, foi optado por correção cirúrgica da anomalia coronária e implante de cardiodesfibrilador implantável, procedimentos sem intercorrência. Paciente apresentou boa evolução clínica, recebendo alta hospitalar após 5 dias dos procedimentos, com acompanhamento rigoroso no ambulatório de cardiologia.
Este caso destaca a importância da rápida intervenção e abordagem interdisciplinar para manejo de emergências cardiovasculares, e a associação entre anomalia coronária com trajeto maligno e DAVD, duas condições clínicas relativamente raras e potencialmente fatais. A abordagem integrada, envolvendo intervenção cirúrgica e gerenciamento clínico, foi essencial para otimizar os resultados para o paciente.