A síndrome respiratória aguda grave provocada por um β-coronavírus (SARS-CoV-2) surgiu ao final do ano de 2019 em Wuhan na China e rapidamente se espalhou para todo o mundo causando diversas hospitalizações e morte. Existe uma forte relação entre COVID-19 e dano ao sistema cardiovascular propiciando a ocorrência de injúrias cardíacas. A arritmia cardíaca tem sido observada como complicações da COVID-19 devido a uma série de fatores. O estudo trata de uma pesquisa de caráter ecológico, com abordagem quantitativa, com dados secundários disponíveis na plataforma TABNet do DataSUS). Foram selecionados os dados no dia referentes ao número de internações, número de óbitos e taxa de mortalidade por arritmias cardíacas, no período de jan./2017 a dez./2022. Observado um aumento no número de internações por arritmias cardíacas em todas as regiões durante os anos de 2017 a 2019, com redução nos anos de 2020 e 2021, seguida por uma recuperação em 2022. A diminuição nas hospitalizações durante esse período pode ser atribuída ao distanciamento social, ao receio generalizado da população em contrair e disseminar o vírus, e ao redirecionamento de esforços e leitos para tratar pacientes infectados pelo COVID-19. Também foram avaliados o número de óbitos por arritmia cardíaca, no mesmo período, por sexo. Em todos os anos examinados, o sexo masculino apresentou uma incidência superior ao feminino. O estudo destaca variações na mortalidade por arritmia cardíaca em diferentes regiões do Brasil durante a pandemia de COVID-19, evidenciando padrões divergentes devido à complexidade demográfica e epidemiológica do país. Além disso, destaca-se a necessidade de considerar as limitações nos sistemas de notificação, especialmente em contextos socioeconômicos desfavorecidos. Essa disparidade sugere a presença de fatores regionais específicos que podem influenciar as taxas de mortalidade por arritmia cardíaca, tais como variações nas condições de saúde da população, acessibilidade aos serviços de saúde ou mesmo mudanças nos padrões de diagnóstico e tratamento. A interpretação desse padrão também pode ser associada às condições de cuidado impostas pela pandemia de COVID-19, o que acarreta diminuição da procura por atendimento por parte da população. Diante disso, essa questão gera preocupações sobre o acesso dos pacientes aos serviços de saúde e a continuidade do acompanhamento médico ao longo do período em análise, uma vez que as arritmias cardíacas demandam atenção médica imediata e tratamento adequado para evitar consequências graves para a saúde dos pacientes.