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Efeito de 12 semanas de treinamento intervalado de alta intensidade nas variáveis hemodinâmicas em repouso e durante o exercício em pacientes hipertensos com apneia obstrutiva do sono.

Ozeas Lins-Filho, Antonio Germano-Soares, José Porto Aguiar, José Ricardo V. Almeida, Elton Carlos Felinto, Breno Farah, Rodrigo Pinto Pedrosa
PROCAPE - Recife - PE - Brasil, UFRPE - Recife - PE - Brasil

Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um fator de risco independente para hipertensão. Portanto, as intervenções também devem focar na morbidade cardiovascular relacionada, incluindo a pressão arterial (PA) elevada. Embora a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) seja o principal tratamento para AOS, tratamentos alternativos com exercícios têm sido propostos. O treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) é um protocolo proposto para redução da PA em repouso e central em indivíduos hipertensos. No entanto, seu impacto na PA em hipertensos com AOS não foi investigado. Assim, este estudo objetivou verificar o efeito de 12 semanas de HIIT na PA clínica, central, ambulatorial e durante o exercício em pacientes hipertensos com AOS moderada a grave. Métodos: Para tanto, 26 hipertensos com AOS moderada a grave foram aleatoriamente alocados em HIIT ou grupo controle (GC). Para serem incluídos, os participantes deveriam ser inativos fisicamente e não ter realizado tratamento para AOS. O protocolo de HIIT consistiu de cinco ciclos  de 4 minutos caminhando ou correndo entre 90 e 95% da FCmáx intercalado com 3 minutos entre 50-55% da FCmáx. Cada sessão teve 4 minutos de aquecimento e recuperação em ~40% da FCmáx. O HIIT foi realizado 3x por semana e o grupo controle consistiu de alongamento 2x semanais. Peso e altura foram avaliados pré e pós12 semanas de intervenção. A severidade da AOS foi avaliada por polissonografia completa. AOS moderada a grave foi classificada como um índice apneia-hipopneia (IAH) ≥ 15 eventos/hora. Um teste ergométrico foi realizado para identificar a intensidade do HIIT e a PA sistólica e diastólica máximas (PASmax e PADmax) durante o teste. A monitorização ambulatorial da PA foi obtida por 24 horas. PAS e PAD de 24 horas (PAS24h e PAD24h), de vigília (PASvigília e PADvigília) e de sono (PASsono e PADsono) foram registradas. A PA clínica foi verifica com um monitor automático e a PA central (PASaórtica e PADaórtica) foi obtida através de tonometria de aplanação. Equações de Estimativa Generalizada foram usadas para verificar diferenças entre grupos, momentos e interações momento x grupo. Um valor de p <0,05 foi adotado como estatisticamente significante. Resultados: Quando comparado ao GC, o HIIT reduziu o IAH (17,1 ± 6,2; e/h p <0,01), PASsono (10,2 ± 5,0 mmHg; p = 0,034), PADsono (7,9 ± 4,0 mmHg; p = 0,038), PADaórtica (5,5 ± 2,9 mmHg; p = 0,048), and PASmax (29,6 ± 11,8 mmHg; p = 0,045). Conclusão: em hipertensos com AOS, o HIIT reduz a severidade da apneia e a pressão arterial em repouso e durante o exercício.

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