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Ablação de Taquicardia Ventricular Fascicular Incessante com envolvimento de múltiplos fascículos e Fibrilação Atrial em paciente com Choque Cardiogênico - Relato de Caso

Eduardo Rodrigues Bento Costa, Andreza Chaguri Vellenich, Vagner Rossato Pegoraro
CardioRitmo - Clínica de Arritmias Cardíacas - São José dos Campos - São Paulo - Brasil

Ablação de Taquicardia Ventricular Fascicular Incessante com envolvimento de múltiplos fascículos e Fibrilação Atrial em paciente com Choque Cardiogênico - Relato de Caso

 

Resumo: Os autores descrevem relato de caso de paciente com Taquicardia Ventricular Fascicular Incessante (TVFI), envolvendo tanto o fascículo póstero-inferior (FPI) quanto o fascículo ântero-superior (FAS) refratário à terapia farmacológica antiarrítmica, evoluindo com taquimiocardiopatia (TMP) e choque cardiogênico (CC). 

Descrição: Paciente masc, 72 anos, hipertenso, diabético e obeso, admitido em hospital com ECG compatível com TVFI, com sinais de CC, com má perfusão periférica, congestão pulmonar, fração de ejeção de 28%, ausência de lesões coronarianas e insuficiência renal aguda pré renal. Tinha antecedente de várias internações devido à taquiarritmia sustentada, com reversões químicas e elétricas e em uso regular de amiodarona 600 mg, metoprolol 150 mg, enalapril 20 mg, espironolactona 25 mg, dapaglifozina 10 mg, rivaroxabana 15 mg, metformina 1.000 mg e levotiroxina 50 mcg. O paciente foi submetido à nova cardioversão elétrica, com recidiva da taquiarritmia e então acionada a equipe de eletrofisiologia, quando indicamos procedimento terapêutico ablativo em caráter de urgência. Durante o procedimento, foi confirmada a presença concomitante de fibrilação atrial persistente com TV envolvendo reentrada envolvendo o FPI. O paciente foi submetido a ablação da região ínfero-septal do VE, junto à inserção do FPI com a rede de Purkinje, com interrupção da TV, sendo realizada concomitantemente isolamento elétrico das veias pulmonares para tratamento da FA. O procedimento foi encerrado em ritmo sinusal, porém poucas horas após evoluiu como nova TVFI, agora com morfologia de BRD e eixo para baixo. Houve necessidade de reintervenção precoce, sendo agora observada reentrada envolvendo o FAS, também ablacionada com reversão da TV e não sua reindução. O paciente evolui, no entanto, de forma grave, CC de difícil controle, insuficiência renal dialítica, broncopneumonia e sepse, evoluindo a óbito.

Comentários: a TVF é considerada arritmia idiopática e com evolução satisfatória na maioria dos casos. No entanto, a demora na indicação de terapia adequada pode gerar TMP na sua forma incessante, com comprometimento clínico de severa gravidade.

 

 

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