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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

PACIENTE JOVEM COM FENÓTIPO DE MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA E MORTE SÚBITA: ANÁLISE DO GENOMA COM MUTAÇÕES DE GLA, TTR E PRKAG2

Kemelly Ferreira, João Marcos Ferreira, Katia Couceiro, Matheus Martins , Fábio Fernandes, Milene Fernandes, Emidio Almeida , Adriel Alves , José Krieger, Orlando Pereira
Universidade Nilton Lins - Manaus - AM - Brasil, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO FRANCISCA MENDES - - AM - BRASIL, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE) é um achado ecocardiográfico que pode ser observado em várias cardiopatias. A abordagem do seu diagnóstico diferencial deve levar em consideração também doenças consideradas raras e passíveis de subdiagnóstico. O presente relato descreve um caso de aumento severo da espessura das paredes do VE, com presença de 3 mutações simultâneas. Resultado: Paciente do sexo masculino, 16 anos, procurou atendimento em serviço de cardiologia com episódios de palpitações, dispneia aos médios esforços e dor precordial em aperto, relacionada aos esforços. Aos 12 anos, recebeu o diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica e permanecendo assintomático até os 16 anos. A realização do eletrocardiograma revelou sobrecarga ventricular esquerda e, no ecocardiograma, foi observado um quadro de HVE concêntrica de grau importante, com espessura do septo de 52 mm e parede posterior de 40 mm, diâmetro diastólico de VE de 42 mm e FEVE= 61%. Iniciou tratamento com beta-bloqueador com solicitação de implante de CDI e avaliação por serviço de transplante cardíaco. Realizou análise do genoma, no qual foram encontradas três mutações: a presença de variante patogênica em hemizigose no gene GLA, associado a deficiência de alfa-galactosidade A (Met290I1e); a presença de variante em heterozigose no gene TTr, associado a amiloidose hereditária relacionada à transtirretina; e a presença de variante de significado incerto no gene PRKAG2, associado a cardiomiopatias hipertróficas. Na pesquisa para Doença de Fabry, a atividade da alfagalactosidade a (GLA), mostrou alteração com dosagem de 0,66 (VR. >2.57). A testagem de familiares de primeiro grau revelou presença de variante patogênica em hemizigose no gene GLA no irmão mais velho e ainda presença do mesmo gene GLA associado também à presença de variante em heterozigose no gene TTR na mãe e na irmã mais nova. No irmão a atividade da alfa- galactosidade A (GLA) foi de 0,75 (VR: ≥ 1,68) a atividade de alfa-glicosidades (GAA) obtve valor de 8,23 e a dosagem de biomarcador Lyso-Gb 3 foi de 1 (VR: até 0,8). Paciente apresentou morte súbita durante repouso, enquanto aguardava melhor CDI e avaliação para transplante cardíaco. Conclusão: Trata-se de um caso raro com três mutações causadoras de HVE concomitantemente. Os familiares estão em avaliação para melhor definição da estratégia terapêutica. Este relato reforça a importância do rastreio precoce para doenças cardiovasculares com componente genético a fim de proporcionar o diagnóstico prévio e contribuir para um desfecho clínico favorável

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