Introdução: O treinamento físico combinado (TFC) representa uma promissora estratégia para melhorar a capacidade funcional, disfunção muscular esquelética e qualidade de vida (QV) de indivíduos com insuficiência cardíaca chagásica. Objetivo:avaliar os efeitos de um programa de TFC com duração de 24 semanas sobre a capacidade funcional, força muscular periférica e QV de pacientes com insuficiência cardíaca chagásica. Métodos: Foram avaliados 9 pacientes com insuficiência cardíaca, (Idade: 61,8±11,1; IMC: 27,6±2,7 kg/m²), com fração de ejeção e capacidade pulmonar preservadas e NYHA I/II. Foram submetidos ao teste cardiopulmonar de exercício em cicloergômetro com protocolo do tipo rampa, avaliação da força muscular periférica (teste de 1 repetição máxima) e avaliação da QV (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire). Foram 24 semanas de TFC, 3x/semana com uma rotina definida de treinamento aeróbico: intensidade a 100% da frequência cardíaca do limiar anaeróbio ventilatório do teste cardiopulmonar de exercício. Treinamento de força: cinco exercícios com intensidades baseada no percentual do teste de 1 repetição máxima ou na escala de percepção subjetiva de esforço. Sendo avaliados no início (T1), após três meses de treinamento (T3) e após seis meses de treinamento (T6). Foi empregado o ANOVA one-way para medidas repetidas com pós-teste de Tukey e o nível de significância estabelecido foi p≤0,05. Aprovado pelo comitê de ética. Resultados: Houve incremento significativo a favor do TFC para carga (watts) (T1: 59,4±16,7 x T6: 87,2±14,2 e T3: 68,3±8,2 x T6: 87,2±14,2) e para o tempo (s) (T1: 486,0±158,9 x T6: 635,7±91,8) no momento do limiar anaeróbio ventilatório; para carga (watts) (T1: 78,9 ±13,5 x T6: 103,9±13,9 e T3: 87,8±12,3 x T6: 103,9±13,9) e para o tempo (s) (T1: 607,8±92,9 x T6: 737,2±84,6) no momento do pico. Do mesmo modo, incremento significativo na variação da força periférica através da “puxada com pegada aberta no pulley” (T1: 41,0±10,4 x T3: 45,0±11,8 e T1: 41,0±10,4 x T6: 47,6±10,7) e “agachamento com barra guiada” (T1: 62,0±18,3 x T3: 71,3±34,2, T1: 62,0±18,3 x T6: 91,6±28,2 e T3: 71,3±34,2 x T6: 91,6±28,2). Por fim, melhora significativa da QV (T1: 7,0±5,8 x T6: 0,6±0,7). Conclusão: O programa de TFC de 24 semanas se mostrou eficaz ao melhorar a capacidade funcional, força muscular periférica e a QV dos voluntários.
Palavras-chave: doença de chagas, funcionalidade, treinamento físico combinado.