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Osteorradionecrose em paciente com insuficiência mitral em uso de anticoagulante antagonista de vitamina K: Relato de caso

Ferreira, Amanda Macedo , Da Silva, Caique Matheus, De Angelis, Gabriella Avezum Mariano da Costa, Cantoni, Valéria Cristina de Souza, Ferraz, Flávio Wellington da Silva , Medeiros, Ana Carolina de Andrade Buhatem
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO - USP - SP - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Introdução:A osteorradionecrose (ORN) é uma complicação associada ao tratamento radioterápico em região de cabeça e pescoço, caracteriza-se como a formação de osso necrótico e desvitalizado. Possui sinais e sintomas como dor, formação de fístula intra ou extraoral, exposição óssea, trismo, fratura patológica e sequestro ósseo. A proposta terapêutica mais eficaz é o debridamento ósseo e dos tecidos moles afetados associado a antibioticoterapia. A radioterapia reduz a vascularização do tecido, causando hipóxia e reduzindo sua capacidade de regeneração tecidual. Diante de um caso de trauma, a reparação não será efetiva e o tecido pode progredir para um tecido necrótico e desvitalizado. Relato de caso:Paciente gênero feminino, 59 anos com diagnóstico de Insuficiência Mitral grave estágio D de provável etiologia reumática, fibrilação atrial em uso de anticoagulante antagonista de vitamina K, histórico de tratamento radioterápico de neoplasia de língua há oito anos e extração dentária recente. Como queixa principal, dor de difícil controle medicamentoso. Ao exame físico extraoral apresentava edema, hiperemia em região submandibular direita efístula com drenagem de exsudato purulento.No exame físico intraoral desdentada total superior e inferior sem uso de prótese dentáriacom presença de exposição óssea em rebordo alveolar de aproximadamente 5cm na região inferior anterior e posterior do lado direitoA hipótese diagnóstica foi de ORN. Conduta realizada em conjunto com equipe de cirurgia bucomaxilofacial de serviço externofoi debridamento de tecido ósseo necrótico em região de rebordo alveolar até região de parassínfise esquerda para remoção de tecido ósseo desvitalizado, antibioticoterapia e acompanhamento odontológico semanal com sessões de laserterapia de baixa potência e terapia fotodinâmica. Após a realização de cirurgia cardíaca para troca da valva paciente evoluiu com fratura patológica em mandíbula e foiencaminhada para ressecção parcial de mandíbulasob anestesia geral. No pós-operatório apresentoudiscreta assimetria facial, ausência de exposição óssea e regressão total da sintomatologia dolorosa. Consideraçõesfinais:O manejo da ORN é considerado desafiador em pacientes tratados com radioterapia de cabeça e pescoço. O caso evidencia a importânciado diagnóstico e tratamento correto para evitar complicações tardias que reduzam a qualidade de vida. O cirurgião-dentista deve estar atento à prevenção dessa condição. 

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