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Avaliação do controle de glicemia com Dapaglifozina para pacientes cardiológicos internados

Luiz Negrini La Salvia, Oliveira LA, Tardini MM, Messias TCB, Carvalho VAD, Avanso WLV, Antunes MO
USF - Bragança Paulista - São Paulo - Brasil, Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus - Bragança Paulista - São Paulo - Brasil

 

Introdução: A hiperglicemia em pacientes hospitalizados está associada com aumento de mortalidade, tempo internação, infecções e custos hospitalares. Atualmente o controle da glicemia em pacientes hospitalizado é feito com uso de insulina regular após a realização da glicemia capilar em horários determinados, sendo que este método tem as desvantagens da correção hiperglicemia de forma atrasada e após elevada por um determinado período, disponibilidade de recursos humano para sua realização, necessidade de várias perfurações do paciente com agulha e custos com materiais. A Dapaglifozina, um inibidor do SGTL2, reduz significativamente a glicemia em pacientes ambulatórias com os benefícios de não causar hipoglicemia, não ter interação com contraste iodado, além da fácil posologia com uma única tomada ao dia.

 

Objetivo: Avaliar segurança e controle da glicemia do uso de Dapaglifozina em pacientes cardiológicos internados e não críticos.

 

Metodologia: Estudo retrospectivo no qual avaliamos 374 prontuários de pacientes internados na enfermaria de cardiologia. 280 pacientes foram excluídos da avaliação, sendo 196 por ausência de medida de hemoglobina glicada (HBglic) na internação, 84 por dados faltantes no prontuário. Avaliamos os dados de glicemia, hemoglobina glicada, idade, creatinina (Cr) e taxa de filtração glomerular (TFG). O estudo foi aprovado pelo comitê de ética local (CAAE: 34121620.2.0000.5514).

 

Resultados: Avaliamos 91 prontuários, 61% sexo masculino, com idade média 68±13 anos O valor médio da glicemia foi de média 141±43,9 mg/dl, HBglic 7,4±2,2%, Cr 1,42±1,8 e TFG 57,9±20,4 ml/min. 74 (81,3%) dos pacientes possuíam hipertensão arterial, dislipidemia 30 (33%), insuficiência cardíaca 23 (25%) e doença aterosclerótica prévia manifestada 69 (76%). 49 (53%) dos pacientes usaram Dapaglifozina na internação. Média da glicemia durante a internação do grupo que usou e não usou Dapaglifozina foi respectivamente de 139 mg/dl vs 144 mg/dl (p=0,403). Durante a internação não observamos nenhuma complicação com uso da Dapaglifozina.

 

Conclusão: A Dapaglifozina é segura para o controle de glicemia em pacientes cardiológicos internados e não críticos. Apesar dos pacientes usando Dapaglifozina apresentar um melhor controle glicêmico, não encontramos diferença estatística entre os grupos usando e não usando. Estudo randomizado e com maiores populações devem ser realizados para melhor avaliar esta hipótese e custo efetividade desta intervenção.

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