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Realce Tardio de Gadolínio em Ressonância Magnética Cardíaca e Hiperaldosteronismo Primário: Diferenciando da Cardiomiopatia Hipertrófica - Um Relato de Caso

Flávia Rennó Troiani, Otávio Augusto de Oliveira Carvalho, Alana Osterno Moreira Linhares, Bianca Dias Rangel Farias, Hugo Bizetto Zampa , Vinícius Santiago de Lima, Neiva Angelina bolonhin beltrao
Hospital Rede D'or - São Paulo - São Paulo - Brasil

Introdução A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), sendo estas a primeira causa  de morte e morbidade ao redor do globo e no Brasil6. A HAS pode ser categorizada em primária e secundária. No braço das etiologias secundárias, há o Hiperaldosteronismo Primário (HP), em que ocorre aumento da produção da aldosterona, queda da atividade plasmática da renina e, por consequência, aumento dos níveis pressóricos, associando-se ou não à hipocalemia7. A incidência aproximada de HP na população de hipertensos é de 12%7, sendo a hiperplasia adrenal cortical bilateral a causa mais frequente (50-60%), enquanto os adenomas produtores de aldosterona (APA) são responsáveis por 40% dos casos7. Apesar de a Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) não fazer parte dos exames diagnósticos usuais de HP, ela apresenta potencial valor na detecção de alterações miocárdicas decorrentes desta condição. Relato de CasoHomem, 58 anos, tabagista e hipertenso , com quadro de HAS severa, fraqueza muscular generalizada e hipocalemia grave (K 1,8mEq/L) em 2023. Iniciou-se investigação de HAS Secundária, sendo cortisol sérico e função tiroideana em níveis normais, enquanto níveis séricos de aldosterona (48,5ng/dL) e da atividade plasmática de renina (APR - 0,36 ng/dL/h) encontravam-se alterados. À tomografia computadorizada de abdome, identificado nódulo em adrenal direita de 1,8cm, compatível com adenoma. Ao Ecocardiograma Transtorácico (ECO), função biventricular preservada, em cenário de hipertrofia miocárdica ventricular esquerda. Ainda que rara, a associação entre cardiomiopatia hipertrófica com HP pode ocorrer. A RMC reforçou tais achados do ECO, porém na ausência de aumento assimétrico da massa miocárdica e com focos de realce tardio (RT) mesocárdico e transmural em ventrículo esquerdo, padrão de RT que pode se relacionar com HP. Por fim, realizou-se angiotomografia coronariana, sendo descartada ateromatose significativa. O paciente foi submetido à adrenalectomia, sendo confirmado o diagnóstico patológico de adenoma. DiscussãoSempre que possível, é fundamental utilizar a multimodalidade dos métodos diagnósticos para direcionar a hipótese primariamente estabelecida. Em casos como este, em que a etiologia de uma cardiomiopatia não está definida, a RMC tem desempenhado relevante papel ao diferenciar padrões de RT entre as mais diversas doenças, também assumindo crucial papel na decisão de intervenções terapêuticas e acompanhamento prognóstico dos pacientes.

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