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Impacto da Cardio-Oncologia no Tratamento Oncológico: Relato de Caso de Modificação no Manejo do Tumor Renal em Paciente com Cardiomiopatia Arritmogênica de Ventrículo Esquerdo.

Lais Alves Trevine, Izabella Finarde, Mariane Higa Shinzato, Fernanda Andrade, Isabela Bispo, Thalita Gonzalez, Silvia Fonseca, Cristina Bittar, Roberto Kalil Filho, Ludhmila Hajjar
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: 

 

O carcinoma de células renais representa 85% dos cânceres renais e aproximadamente 2-3% de todos os casos de câncer em adultos com incidência crescente em escala global. A Cardio-Oncologia dedica-se à avaliação do risco cardiovascular diante do diagnóstico oncológico, bem como às necessidades do paciente durante todas as fases do tratamento. Apresentamos neste relato um caso clínico no qual a decisão interdisciplinar desempenhou um papel fundamental no desfecho cardio-oncológico.

 

Descrição de Caso: Paciente de 65 anos, masculino, admitido em consulta de pré operatório para ressecção de Tumor Renal à esquerda de 2,6 cm. Encontrava-se com quadro de dispneia CF II e hipervolêmico ao exame físico. Apresentava histórico familiar de morte súbita dos filhos (17 e 27 anos). Eletrocardiograma evidenciava ritmo sinusal e Bloqueio de Ramo Esquerdo. Ecocardiograma com disfunção ventricular com Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE) de 19%. Iniciada terapia medicamentosa e solicitado ressonância magnética cardíaca (RMC). A RMC (Figura 1 e 2) demonstrou FEVE 15% com extenso realce tardio de distribuição mesocárdica/subepicárdica (padrão não isquêmico) acometendo todo septo interventricular com extensão para as paredes anterior e inferior, com diagnóstico de Cardiomiopatia Arritmogênica de Ventrículo Esquerdo. Considerando IC avançada, o caso foi discutido em reunião multidisciplinar, e indicado Terapia de Ressincronização Cardíaca com Cardiodesfibrilador Implantável (TRC-D). E contraindicada a abordagem cirúrgica, e optado por tratamento de radioablação do tumor. Paciente evoluiu bem do ponto de vista cardiovascular, com melhora da FEVE para 41% e realizado ablação do tumor, com seguimento estável. 

 

Conclusão:

 

O caso ilustra de forma significativa o impacto da abordagem da Cardio-Oncologia no tratamento de pacientes oncológicos. A intervenção multidisciplinar, envolvendo oncologistas, cardiologistas e outros profissionais, desempenhou um papel crucial na tomada de decisões terapêuticas apropriadas. Além disso, o diagnóstico de uma doença rara foi possibilitado pela realização de RMC. Nesse contexto, a contraindicação da abordagem cirúrgica e a opção pela TRC-D, seguida pela radioablação do tumor, resultaram em uma evolução positiva tanto do ponto de vista cardiovascular quanto oncológico. Isso ressalta a importância da colaboração entre diferentes especialidades e da aplicação de uma conduta individualizada na gestão desses pacientes.

 

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