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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Embolização de prótese durante a TAVI em paciente com anatomia valvar de alta complexidade.

Isabella de Camargo Preto Piscopo, José Mariani Júnior, Pedro Alves Lemos Neto, José Hiago de Freitas Damião, Ana Beatriz Nepomuceno Cunha, Bernardo May Gomel, Cler David Oliveira, Eduardo Ferreira Amorim, Tarso Augusto Duenhas Accorsi
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: O implante de valva aórtica transcateter (TAVI) consolidou-se como tratamento preferencial para estenose aórtica em pacientes inoperáveis, de alto risco e moderado risco cirúrgico ou de baixo risco em idosos acima de 70 anos. Relatamos uma complicação rara da TAVI, a embolização e migração da prótese periprocedimento, sendo a complexidade anatômica um fator de risco não evitável.

Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 84 anos, sem histórico de comorbidades relevantes, apresentava quadro de estenose aórtica importante, sintomática com presença de complicadores. O eletrocardiograma evidenciava ritmo sinusal com bloqueio atrioventricular de primeiro grau e bloqueio de ramo esquerdo. O ecocardiograma demonstrou área valvar 0,66cm², com gradiente médio de 60mmHg, fração de ejeção de 37%. A angiotomografia evidenciou valva aórtica trivalvular com escore de cálcio de 7059AU e calcificação significativa do anel e via de saída ventricular esquerda, com aspecto de dente de sabre (imagem 1). Altura do óstio da coronária esquerda de 14,5mm e direita de 15,9mm. Optou-se por implantar uma prótese autoexpansível Evolut Pro Plus 29mm (Medtronic, Minneapolis, MN), devido à complexidade anatômica e calcificação exuberante. Após pré dilatação com valvoplastia aórtica, a prótese foi implantada com uma estratégia atual de posicionamento alto minimizando o risco de bloqueio atrioventricular total. Resultado angiográfico imediato ótimo (imagem 2). O controle angiográfico subsequente revelou deslocamento (pop-up) da prótese com embolização para aorta ascendente (imagem 3), sem instabilidade hemodinâmica. Optou-se pelo implante de uma segunda prótese Evolut Pro Plus 29mm (Medtronic, Minneapolis, MN) com sucesso (imagem 4), sem obstrução coronária, leak residual ou gradiente transvalvar pela manometria e ecocardiografia. Evoluiu sem intercorrências clínicas ou necessidade de marcapasso, recebeu alta no 4º dia após procedimento.

Discussão: No caso em questão, a significativa calcificação valvar e a extensão para a via de saída do ventrículo esquerdo representam maior risco de ruptura anular, justificando a escolha de uma prótese autoexpansível. Após a embolização optou-se pelo implante de uma segunda prótese Evolut Pro Plus 29mm (Medtronic, Minneapolis, MN) reconhecendo maior risco de oclusão coronária, o qual não ocorreu. A estratégia foi bem-sucedida com ótima evolução do paciente.

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