O câncer de mama (CM) é a primeira causa de morte por câncer na população feminina no Brasil. Após diagnóstico e tratamento desta neoplasia, pode ocorrer o fenômeno da sarcopenia, que consiste em perda de massa magra e diminuição da função musculoesquelética, podendo retardar a recuperação destas mulheres. Objetivo: Comparar a aptidão física aeróbia e muscular de mulheres pós-tratamento de CM antes e depois de programa de reabilitação física (PRF). Metodologia: Avaliamos 17 mulheres, idade entre 40 e 80 anos que tiveram CM e passaram por tratamento. Essas pacientes fazem canoa havaiana (1 ou 2x/Semana) no Instituto Kaora e vieram para o Laboratório de Fisiologia da Universidade Santa Cecília para incrementar a aptidão física. Foram realizadas avaliações antes e depois de 6 meses de treinamento físico (2x/semana) por 60’ cada sessão. Realizamos teste de caminhada de 6 minutos (TC6), a participante deve caminhar a maior distância num percurso de 30 metros durante 6 minutos (avaliação da aptidão aeróbia) e para avaliação musculoesquelética realizamos teste de força submáximo (TFS) para membros superiores, um exercício para porção anterior e outro para posterior do tronco, que consiste no maior número de repetições para uma carga fixa, que poderia ser 1 ou 2Kg. Foi aplicada uma anamnese direcionada para conhecimento das mulheres. Resultados: As características da amostra estão expressas na tabela abaixo (como média e desvio padrão) 73% da nossa amostra foi composta por mulheres hipertensas que mantinham sua Pressão arterial (PA) controlada por meio de medicações, 21% composta por diabéticas e 39% por dislipidêmicas.
Idade (anos) |
IMC (Kg/cm2) |
PAS (mmHg) |
PAD (mmHg) |
Glicemia de jejum (mL/dL) |
HLD-c (mL/dL) |
Colesterol Total (mL/dL) |
LDL-c (mL/dL) |
62,4±11 |
26,3±2,1 |
128±7,35 |
76±7,9 |
100,1±14,5 |
58,8±12,9 |
184±37,4 |
95,3±24,1 |
No TC6 houve aumento significativo da metragem média percorrida antes e depois do PRF (355,42, 409,39; desvio padrão: ±86,89, ±84,38, respectivamente, p=0,004). Os TFS aumentaram o número das repetições nos exercícios da porção anterior e posterior do tronco, mas não foi significativo nas mulheres que utilizaram maior peso na avaliação. Porém, com a carga de 1Kg, houve aumento significante no número de repetições na média na região peitoral depois do período de treinamento em comparação com o período inicial (Pré: 29,13 ± 16,61, Pós: 45,13 ± 19,35; p= 0,0019). Concluímos que o programa de reabilitação física foi eficiente em incrementar a aptidão aeróbia e muscular de mulheres pós-tratamento de câncer de mama.