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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

INFLUÊNCIA DA HIGIENE ORAL NO DESFECHO CLÍNICO DE PACIENTES HIPERTENSOS COM COVID-19 EM UM HOSPITAL CARDIOLÓGICO

Gabriela Vieira Gomes, Ana Carolina de Andrade Buhatem Medeiros, Adriana Fucci, Valéria Cristina de Souza Cantoni
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: A COVID-19, infecção respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2), é capaz de provocar complicações graves devido ao mecanismo de resposta inflamatória exacerbada pelo aumento de biomarcadores inflamatórios (tempestade de citocinas). O SARS-CoV-2 tem acesso àscélulas por meio do acoplamento da proteína Spike (proteína-S) ao receptor localizado na enzima conversora de angiotensina-2 (ECA2). Pacientes hipertensos apresentam maior expressão de ECA2 devido à ação de medicamentos anti-hipertensivos, tornando-os mais vulneráveis ao contágio e complicações da COVID-19. Além dos agravos no sistema estomatognático relacionados à saúde debilitada do paciente e às intercorrências da internação, sabe-se que piores condições de saúde oral aumentam a produção de citocinas inflamatórias por ação, por exemplo, de patógenos periodontais, podendo agravar consideravelmente quadros da COVID-19.  

Objetivo: Avaliar a influência da higiene oral no desfecho clínico de pacientes hipertensos com COVID-19 em um hospital terciário de cardiologia, além de descrever as variáveis demográficas.  

Método: Estudo quantitativo e descritivo de prontuários odontológicos de pacientes hipertensos adultos com COVID-19 em Enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva de um hospital cardiológico no período de março de 2021 a março de 2022. A análise das variáveis foi realizada com auxílio do software R versão 4.1.2 e testes de hipótese baseados no teste-Z para comparações entre proporções. 

Resultados: Dentre os 79 prontuários eletrônicos avaliados, 78% apresentava diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica. Entre os hipertensos, o gênero masculino foi o mais prevalente (75%) e a idade média foi de 64,2 anos. Cerca de 53% dos hipertensos apresentavam higiene oral insatisfatória diagnosticada pelo Índice de Higiene Oral do Paciente Crítico (IHOPC). Ao comparar a proporção de óbitos entre pacientes com higiene oral insatisfatória e a presença ou não de hipertensão arterial sistêmica, identificou-se correlação significativa entre hipertensos com higiene oral insatisfatória e piores desfechos (óbito). 

Conclusão: Dentro das limitações do estudo, conclui-se que hipertensos infectados por Sars-Cov-2 e com higiene oral insatisfatória apresentam piores prognósticos. A precariedade na condição oral de doentes crônicos associada aos agravos da COVID-19 e pela própria doença de base ressalta a necessidade do reforço nos cuidados orais a doentes críticos, além de realçar a importância da presença do cirurgião-dentista em ambiente hospitalar.

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