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Pseudoaneurisma Mediastinal após Cirurgia de Revascularização Miocárdica

Lucas Eduardo Benthien Santos, Reginaldo Gonzalez, Mariane Higa Shinzato, Fernanda de Andrade, Silvia Moulin, Thalita Gonzalez, Cristina Bittar, Isabela Bispo, Roberto Kalil Filho, Ludhmila Hajjar
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Os pseudoaneurismas da aorta ascendente, embora raros, representam uma complicação grave após cirurgias cardíacas. Apesar de baixa incidência na literatura (cerca de 0,5%), apresenta alta taxa de mortalidade (29 - 46%). No entanto, relatos de taxas de incidência mais elevadas, chegando a 13%, emergem de séries de vigilância imagiológica em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas ou aórticas. Infecção, doença do tecido conjuntivo, hipertensão crônica, calcificação aórtica ou trauma aumentam o risco de desenvolvimento de pseudoaneurisma. Relatamos um caso de pseudoaneurisma após cirurgia de revascularização miocárdica 

Descrição de Caso: Homem de 64 anos, com antecedentes de cirurgia de revascularização miocárdica inicia quadro de dispneia aos mínimos esforços, edema de membro superior esquerdo e caquexia 6 meses após o procedimento.  Em investigação, realizada angiotomografia de aorta que  evidenciou volumoso pseudoaneurisma mediastinal localizado na face anterior do terço proximal do arco aórtico ao nível do tronco braquiocefálico, com colo de 4mm. Destacava-se um saco pseudoaneurismático minimamente trombosado nos compartimentos superior e anterior do mediastino, com volume estimado em 480mL (74 x 104 x 120 mm), e determinando compressão extrínseca sobre as estruturas vasculares mediastinais, incluindo arco aórtico proximal, tronco braquiocefálico, veia cava superior e veias inominadas. O enxerto arterial entre a artéria mamária interna esquerda e o terço distal da artéria descendente anterior encontrava-se ocluída no terço médio por compressão extrínseca. Indicado cirurgia de emergência, sendo submetido com sucesso à correção do pseudoaneurisma de aorta ascendente, utilizando a técnica de plicatura com "tiras" de pericárdio bovino, associada ao fechamento da esternotomia pela técnica de Robicsek. A recuperação pós-operatória transcorreu sem intercorrências e o paciente recebeu alta hospitalar em boas condições. 

 

 

Figuras 1 e 2: Imagem de Ressonância Magnética Cardíaca evidenciando pseudoaneurisma com colo de 4mm. Na Figura 1, imagem do fluxo em direção ao saco pseudoaneurismático. Na Figura 2, imagem do fluxo retornando em direção à aorta.

Conclusão: o caso descrito e sua evolução favorável destaca a importância do diagnóstico e tratamento precoces em casos de pseudoaneurismas da aorta ascendente. Apesar de rara, a gravidade dessa complicação reforça sua relevância clínica, e assim este relato contribui com um caso que teve evolução favorável e compartilha as abordagens tomadas para atingir este desfecho.

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