INTRODUÇÃO: Pacientes portadores de cardiopatias, especialmente a insuficiência cardíaca, apresenta perda progressiva da musculatura esquelética. Os impactos na dinâmica ventilatória deste processo de sarcopenia podem resultar em piores desfechos em pacientes submetidos a um programa de reabilitação cardiopulmonar.
METODOLOGIA: Avaliados prontuários de cardiopatas que realizaram avaliação eletrônica de pressão inspiratória máxima (PImáx) antes e após realização de um programa de reabilitação cardiopulmonar e comparados com a avaliação de capacidade funcional pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6). RESULTADOS: Foram avaliados 123 pacientes, 70,8% masculinos, idade média 63,5+13,0 anos tendo realizado em média 36,7+21,6 sessões de reabilitação. O valor mediano da PImáx obtido antes do programa foi de 80,6+22,6% e após o programa foi alcançado 91,5+28,3% dos valores preditos, gerando uma diferença média de PImáx 16,5+10,8. Em relação ao TC6, o valor mediano obtido antes do programa foi de 84,7+17,4% e após o programa foi alcançado 97,3+15,7% dos valores preditos, gerando uma diferença média na distância do TC6 12,6+12,7%. Dentre os pacientes avaliados apenas 21,7% não apresentaram melhora dos valores de PImáx. Quando analisado apenas o grupo que não apresentou melhora na PImáx a taxa de melhora no teste funcional cai para 7,8+7,0%. CONCLUSÃO: A capacidade inspiratória é componente importante para o ganho de capacidade funcional durante programa de reabilitação cardiopulmonar em cardiopatas. Esforços devem ser realizados, utilizando treinamentos específicos para este grupo muscular visando a melhora da dinâmica ventilatória e consequente melhora nos desfechos funcionais do programa.