Introdução: As cardiomiopatias, divididas em dilatada (CMD), hipertrófica (CMH) e hipertrófica obstrutiva (CMHO), são doenças do miocárdio que causam disfunção cardíaca e impactam a morbimortalidade cardiovascular. A CMD é marcada pela dilatação ventricular esquerda, redução da fração de ejeção e disfunção sistólica, sendo a principal causa de transplante. Na CMH, há hipertrofia dos miócitos, geralmente assimétrica. Já a CMHO é uma complicação da CMH, há obstrução das vias de saída e do fluxo sanguíneo devido alargamento do septo. Estudar a prevalência e epidemiologia das cardiomiopatias é crucial para elaborar planos de prevenção, diagnóstico e tratamento, abordando uma necessidade significativa em saúde pública e melhorando os desfechos para os pacientes. Métodos: Um estudo epidemiológico, retrospectivo e transversal, elaborado com dados do DATASUS (TABNET), de 2013 a 2023, no município de São Paulo. Variáveis utilizadas: cor, sexo e faixa etária. Resultados: Ocorreram 8.448 óbitos, sendo homens (62,90%) e mulheres (37,10%). A distribuição por raça/cor mostrou maior incidência entre brancos (62,71%), seguidos por pardos (24,57%), pretos (10,18%), amarelos (1,48%) e indígenas (0,05%). Em relação à faixa etária, os óbitos concentram-se nas idades mais avançadas, com 32,71% ocorrendo em indivíduos com 75 anos ou mais, e valores decrescentes até os grupos mais jovens. Destaca-se a baixa incidência de óbitos em menores de 1 ano (0,46%), refletindo um perfil epidemiológico distinto das cardiopatias congênitas, em que essa faixa etária é mais prevalente. Na análise por tipo, a CMD foi a mais prevalente, afetando exageradamente indivíduos brancos (64,02%), seguindo o mesmo padrão dos dados gerais. Na CMH e CMHO a distribuição racial é similar. A predominância masculina e a variação racial sugerem a influência de fatores genéticos, comportamentais e de acesso à saúde. A incidência de cardiomiopatias aumenta com a idade, principalmente na CMD e menor nas CMH e CMHO, indicando a importância de fatores degenerativos e riscos cardiovasculares acumulados. Os dados destacam a complexidade epidemiológica das cardiomiopatias e a necessidade de identificação para formulação de políticas de saúde pública eficazes na prevenção e tratamento. Conclusões: O estudo ressalta a importância de planos de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento multidisciplinar, eficaz e personalizado às características demográficas. Pesquisas e políticas de saúde pública são essenciais para melhorar o manejo e o prognóstico das cardiomiopatias, visando a qualidade de vida dos pacientes.