INTRODUÇÃO: a cirurgia de revascularização do miocárdio é um procedimento de grande porte e pode levar a complicações que diminuem a capacidade física e pulmonar do paciente. A recuperação pós-operatória envolve cuidados de uma equipe multiprofissional e, neste contexto, a fisioterapia tem papel fundamental atribuído à importância da reabilitação cardiovascular. Considerando que, o tempo de internação hospitalar guarda uma relação linear com a incidência de complicações, estratégias de recuperação cirúrgica rápida surgiram e se expandiram também para área da cirurgia cardíaca. O principal objetivo foi analisar o comportamento da capacidade física e pulmonar e secundariamente, verificar o efeito do seguimento de 4 semanas por Telemonitoramento nos pacientes alocados em um fluxo de recuperação cirúrgica rápido. MÉTODOS: trata-se de um estudo observacional e prospectivo, sendo uma subanálise dos pacientes incluídos no projeto Kamay Trial. Foram realizados o Teste de caminhada de seis minutos (TC6M), Short Physical Performance Battery (SPPB) e Ventilometria, nos períodos pré-operatório, alta hospitalar e retorno ambulatorial após 4 semanas. foi realizada uma sessão de telemonitoramento por semana após alta hospitalar no intuito de educação e progressão dos exercícios e tempo de caminhada. RESULTADOS: na amostra composta por 15 pacientes, houve diminuição da distância caminhada no TC6M entre os períodos pré-operatório (474 m) e na alta hospitalar (381 m) e aumento superior aos valores basais após 4 semanas (520 m) com diferença estaticamente significante (p<0,001). O SPPB teve diferença de 1 ponto após 4 semanas (p=0,038). A capacidade vital lenta (CVL) diminuiu entre os períodos pré-operatório (3,2 L) sem retorno ao valor basal após 4 semanas (2,7 L) (p=0,020). O mesmo ocorreu com a capacidade inspiratória (CI), com redução de 1 L entre os períodos pré-operatório e alta hospitalar (3 L vs. 2 L), com recuperação abaixo do nível basal (2,5 L) no retorno ambulatorial (p<0,001). O Telemonitoramento não demonstrou efeito adicional na capacidade física pelo TC6M (p=0,938), SPPB (p=0,467) e capacidade pulmonar (p=0,740). CONCLUSÃO: a utilização de um programa de fluxo rápido de recuperação pós-operatória demonstrou diminuição da capacidade física e pulmonar, com recuperação acima do nível basal apenas na capacidade física, o telemonitoramento após alta hospitalar de 4 semanas não foi suficiente para demonstrar benefícios.