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INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST SECUNDÁRIO À DISSECÇÃO ESPONTÂNEA DA ARTÉRIA CORONÁRIA: RELATO DE CASO

Haissa Assad dos Santos Geraldo, Gleydyson Wesley Freire Lima , Gabriel Martins Tomaz Rocha, Diego Eduardo Rodriguez Lujan , Ricardo Alves da Costa, Fausto Feres, Marinella Patrizia Centemero
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO:A dissecção espontânea da artéria coronária (DEAC) é uma causa incomum de síndrome coronária aguda (SCA) e ocorre predominantemente em mulheres jovens. Caracteriza-se pela dissecção e separação das camadas íntima e média das artérias coronárias, produzindo um hematoma que resulta em compressão parcial ou total da luz arterial, redução do fluxo sanguíneo e comprometimento da perfusão com oclusão total ou parcial do vaso. Este relato descreve um caso de uma mulher jovem com DEAC, cuja apresentação clínica foi um infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCESST).

RELATO DE CASO: mulher de 40 anos, sem fatores de risco conhecidos para aterosclerose coronária, apresentou dor torácica em queimação, associada a náuseas após estresse emocional. Ela procurou atendimento de emergência, com diagnóstico de IAMCESST de parede anterior (V1-V6). Foi submetida à trombólise (alteplase), sem critérios de reperfusão. Foi transferida para nosso hospital para estratificação invasiva, em vigência de dor intensa. A cinecoronariografia revelou oclusão no terço médio da artéria descendente anterior (DA). Após a passagem do fio-guia intracoronário, o fluxo sanguíneo foi restabelecido com melhora dos sintomas e observou-se imagem sugestiva de dissecção coronária, confirmada por ultrassom coronário (USIC), acometendo as porções proximal e média do vaso com extenso hematoma sub-intimal. Stent coronário não foi implantado, sendo a paciente encaminhada à UTI para tratamento farmacológico com dupla antiagregação plaquetária (DAPT) e anticoagulação com enoxaparina.Ecocardiograma revelou fração de ejeção de 42% e acinesia da região apical e do segmento médio do septo e parede anterior. Evoluiu estável, assintomática e recebeu alta após 10 dias em uso de DAPT, betabloqueador e estatina. Retornou aos 30 dias assintomática e realizou angiotomografia coronária que revelou a presença de linha de dissecção focal no terço médio da artéria. Após três meses, foi submetida a nova cinecoronariografia com USIC que demonstrou ausência de dissecção, com resolução completa do hematoma intramural em comparação com o exame anterior. 

CONCLUSÃO: A DEAC é uma causa infrequente de SCA em mulheres jovens, diagnosticada por cinecoronariografia e confirmada por USIC. Na ausência de comprometimento hemodinâmico, melhora da dor e anatomia coronária de baixo risco deve ser tratada de forma conservadora e sem implante de stent. Nesses casos a evolução clínica é favorável enfatizando-se o acompanhamento cuidadoso com tratamento farmacológico e aconselhamento psicossocial. 

 

 

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