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APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE SINDROME CORONARIANA AGUDA EM PACIENTE JOVEM

Ana Beatriz Nepomuceno Cunha, Ligia Lopes Balsalobre Trevizan, Stephanie Estevam Leoni, Tarso Augusto Duenhas Accorsi, Isabella de Camargo Preto Piscopo, José Hiago de Freitas Damião, Eduardo Ferreira Amorim, Ali Ibrahim Yassine, Bernardo May Gomel, Sandrigo Mangini
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: A prevalência global de infarto agudo do miocárdio (IAM) com menos de 40 anos é de 0,06%; faz-se necessário considerar diagnósticos diferenciais de dor torácica. Pericardite aguda é uma complicação pós-IAM que se desenvolve de um a dois dias após o insulto agudo, com incidência de 12-20% nos pacientes não submetidos a terapia de reperfusão. Em sintomas típicos de pericardite, infecções virais devem ser consideradas. Estudos destacam genes e vias específicas que explicam uma correlação entre infecção viral, ativação plaquetária e IAM, pois a inflamação do quadro infeccioso pode influenciar a hemostasia e a ativação/disfunção endotelial. Relatamos um caso de sobreposição de sintomas em que avaliação multimodal fez-se necessária para elucidação diagnóstica.

Relato: Masculino, 29 anos, tabagista e portador de ansiedade generalizada, queixa de precordialgia há 2 dias, forte intensidade, intermitente, padrão-ventilatório dependente, associada a sintomas gripais. O eletrocardiograma (ECG) com área eletricamente inativa (Figura 1) não visualizada em ECG prévio e infra de PR sugestivo de pericardite. Ecocardiograma com hipocinesia inferolateral média e basal e anterolateral média e basal e mínimo derrame pericárdico (DP). Troponina: 992pg/mL (<5pg/mL), Proteína C Reativa:232mg/L(<5mg/L), Lipoproteina A>720mg/dL (<75mg/dL). Submetido a cineangiocoronariografia que evidenciou lesão de 50% em descendente anterior e coronária direita, ambas em terço médio, sem lesão obstrutiva significativa que justificasse o quadro. Pesquisa de patógenos respiratórios por PCR positivo para Rhinovirus/Enterovirus. Iniciado tratamento de miopericardite com controle adequado de quadro álgico. Após 2 dias, fez ressonância magnética cardíaca com realce tardio de padrão isquêmico transmural dos segmentos inferolaterais basal e médio do ventrículo esquerdo com edema e pequena lâmina de DP. Optado por nova avaliação anatômica através de angiotomografia de coronárias com escore de cálcio zero e oclusão do terceiro ramo marginal esquerdo com reperfusão distal (figura 2). O paciente recebeu tratamento clínico para IAM e pericardite aguda.

 

Conclusão:  Apesar da baixa prevalência em jovens, deve-se investigar evento isquêmico agudo nos pacientes com queixa de precordialgia. A pericardite aguda pós-IAM é uma complicação que agrega morbidade e pode atrasar o diagnóstico da doença isquêmica visto a mudança no padrão da dor torácica. Com o aumento de infecções respiratórias e associação com sintomas cardiovasculares, a escolha de métodos diagnósticos multimodais pode ser fundamental.

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