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DESVENDANDO CARDIOMIOPATIAS RESTRITIVAS: A JORNADA DO PACIENTE RUMO AO DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO

Pamela Cristina Dutil Ribeiro, Laís Alves Trevine, Breno Cotrim Reis, Michell Fayad André Haddad, Roberta Rios Mendonça, Lídia Almeida Mendonça, Fernanda Almeida Andrade, Pedro Ivo de Marqui Moraes, Dirceu Rodrigues Almeida
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: As cardiomiopatias restritivas constituem um grupo heterogêneo de doenças miocárdicas caracterizadas por ventrículos com dimensões normais, fração de ejeção preservada e átrios dilatados. Têm tratamento limitado e prognóstico ruim. A identificação da etiologia é muito difícil. O objetivo deste trabalho e descrever um caso desafiador em todos estes aspectos.     

Relato do caso: A.F.S, masculino, 42 anos, antecedente familiar materno de taquiarritmia. A apresentação inicial instaurou-se como um flutter atrial, tratado com ablação em 2018. No ano de 2021, foi feito o diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva com fração de ejeção preservada. Ecocardiograma evidenciou grande aumento do diâmetro e volume dos átrios com ventrículos de espessura normal, fração de ejeção 76% e hipertensão pulmonar (42 mmhg). Ressonância cardíaca demonstrou aumento dos átrios, hipertrofia focal dos segmentos septal, anterosseptal e ínferosseptal, ventrículo direito (VD) hipertrófico com lobulações de parede lateral sem áreas de acinesia, com áreas focais de fibrose e necrose miocárdica heterogênea no segmento médio do septo de padrão não isquêmico; sem critérios para diagnóstico de displasia arritmogênica do VD. O teste genético evidenciou variante no gene FLNC (1- c.5879>G); p. (Ser1969Cys); em heterozigose no gene CACNA1D; 2-c2834G>A; p.(Arg945His) em heterozigose no gene DEPDC5; 3-c.4874C>T; p(Pro1625Leu) em heterozigose no gene FLNC. Em conclusão, as variantes encontradas foram classificadas como VUS (variantes de significado indeterminado). Realizado estudo hemodinâmico invasivo que confirmou o padrão hemodinâmico restritivo e biópsia endomiocárdica demonstrando apenas hipertrofia dos miócitos, ficando por fim com o diagnóstico de miocardiopatia restritiva idiopática. Paciente evolui em classe funcional III/IV, tolerando apenas diuréticos e antagonista da aldosterona, não tolerou betabloqueador e nem antagonistas do sistema renina angiotensina-aldosterona. Paciente segue ambulatorialmente com programação de inclusão em fila de transplante cardíaco. 

Conclusão: A despeito dos grandes avanços nos métodos diagnósticos de imagem e nas opções terapêuticas, as miocardiopatias restritivas representam um grande desafio no seu diagnóstico etiológico e nas limitações de tratamento clínico, restando apenas o transplante cardíaco como terapia definitiva.

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