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AMILOIDOSE CARDÍACA: AS CONSEQUÊNCIAS FATAIS DO DIAGNÓSTICO TARDIO

Pamela Cristina Dutil Ribeiro, Laís Alves Trevine, Breno Cotrim Reis, Adilson Monteiro dos Santos FIlho, Rafael Coppini Prieto, Fernanda Almeida Andrade, Ricardo Artigiani Neto, Pedro Ivo de Marqui Moraes, Dirceu Rodrigues Almeida
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO:  A amiloidose é uma doença causada pela deposição tecidual de agregados proteicos em múltiplos órgãos, incluindo o coração que é a principal causa de morte. Por ser uma doença rara o diagnóstico é sempre tardio, já na fase final da doença. Existem sinais de acometimento extra cardíaco que devem ser valorizados com “red flags” para a suspeita da doença antes do aparecimento dos sintomas de insuficiência. O objetivo deste trabalho é relatar um caso com sinais extra cardíacos da amiloidose precedendo os sintomas cardíacos em mais de 10 anos. 

Relato do caso: N.N.P.R, masculino, 57 anos, previamente hipertenso, diabético, com relatos de 3 de cirurgias de coluna lombar pregressas devido a estreitamento do canal medular há mais de 10 anos e cirurgia para síndrome do túnel do carpo bilateral há 10 anos. Há um ano iniciou um quadro de emagrecimento, edema generalizado e insuficiência renal com inúmeras consultas médicas, incluindo cardiologista e nefrologista. À admissão apresentava-se em insuficiência cardíaca perfil C associado a insuficiência renal KDIGO 3 e proteinúria. O eletrocardiograma evidenciando baixa voltagem dos complexos QRS nas derivações periféricas e imagem de pseudo infarto na parede anterior.  Ecocardiograma evidenciou aumento bi atrial, fração de ejeção 43%, septo interventricular 17 mm, parede posterior 16 mm, hipertrofia miocárdica simétrica moderada e déficit ventricular as custas de hipocinesia difusa de grau moderado. Foi aventada hipótese de amiloidose cardíaca e iniciada investigação etiológica com eletroforese e imunofixação de proteínas séricas (relação Kappa-lambda 0,13, ausência de paraproteínas ou componente monoclonal), teste genético negativo para amiloidose TTR. Devido instabilidade hemodinâmica e necessidade de drogas vasoativas e dialise diária não foi possível a realização da ressonância e biópsia cardíaca. O paciente apresentou morte súbita na unidade intensiva e devido a inconclusão diagnóstica foi submetido a necropsia que evidenciou os seguintes diagnósticos: amiloidose cardíaca e renal, miocardiopatia restritiva, insuficiência cardíaca congestiva e tromboembolismo pulmonar. 

Conclusão:   A jornada do paciente até o diagnóstico de amiloidose é longa, e este caso apresentou dois sinais importantes (estreitamento do canal medular e síndrome do túnel do carpo) muitos anos antes do quadro de insuficiência cardíaca e renal que não foram valorizados e não permitiram o diagnóstico mais precoce da doença.

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