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O diabetes está associado à redução do volume dos corpos carotídeos em pacientes hipertensos resistentes

Lamoel Mohandas Cruz da Silva, Breno Augusto Gonçalves, Camilla Giovanna Vieira de Morais, Kevin Rafael de Paula Morales , Carlos Eduardo Rochitte, Silvia Lacchini
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo - São Paulo - São Paulo - Brasil, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Considerando que os corpos carotídeos atuam na regulação autonômica e seu impacto no controle da pressão arterial ainda precisa ser melhor esclarecido, o objetivo do presente estudo foi caracterizar o corpo carotídeo de pacientes com hipertensão controlada e não controlada por meio de estudo retrospectivo de angiotomografia.

Para isso, foram estudadas angiotomografias de pacientes hipertensos atendidos e avaliados no Instituto do Coração (USP, São Paulo, Brasil). Os pacientes avaliados foram separados em quatro grupos: hipertensos (recebendo 1 a 2 categorias de anti-hipertensivos) controlados (H-C, n=42) e não controlados (H-D, n=23) e hipertensos resistentes (recebendo 3 ou mais categorias de anti-hipertensivos) com pressão arterial controlada (HR-C, n=17) e não controlada (HR-D, n=23). Foram avaliadas angiotomografias computadorizadas (Aquilion ONE/PRISM – Canon) de pacientes submetidos à avaliação das artérias cervicais com contraste iodado. As reconstruções das artérias utilizaram cortes de 0,5mm de espessura, com medidas ortogonais do corpo carotídeo para avaliar os diâmetros e bifurcações carotídeas bilaterais.

A morfologia das artérias carótidas comum, interna e externa foi muito semelhante entre os grupos. A média de idade dos grupos avaliados não foi significativamente diferente (H-C: 67±12; H-D: 63±16; HR-C:65±9; HR-D: 67±13 anos). Ao avaliar a presença de lesões ateroscleróticas, se verifica proporção semelhante, em torno de 50%, entre os grupos. Por outro lado, a presença de diabetes no grupo HR-D foi de 52%, enquanto nos demais grupos estava em 30%. Ainda, avaliando-se o volume do corpo carotídeo (mm3) em função da presença de diabetes, verifica-se uma redução importante nos grupos, especialmente nos hipertensos resistentes (H-C: -4%; H-D: -27%; HR-C:-55%; HR-D: -64%).

A redução do volume dos corpos carotídeos pode estar relacionada à perda de microvascularização (dificultando a mensuração na tomografia) e interferindo no controle da pressão arterial nos grupos com hipertensão resistente. A presença de diabetes coincide com uma importante redução do CC, alertando para a possível necessidade de controle glicêmico mais precoce nestes indivíduos. Estudos longitudinais contribuirão com o melhor entendimento do impacto do estado diabético sobre o funcionamentos dos corpos carotídeos e o controle pressórico.

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