INTRODUÇÃO: O Infarto agudo do miocárdio (IAM) advém de uma obstrução arterial por um embolo, comumente, formado a partir de uma aterosclerose. A região de miocárdio irrigada pelo vaso obstruído sofre isquemia, decorrente da falta de oxigênio tecidual, podendo levar a uma necrose. Diante disso, torna-se imperioso analisar o custo econômico, a disposição espacial e o perfil epidemiológico das internações hospitalares por infarto agudo do miocárdio na Bahia.
METODOLOGIA: Estudo ecológico, retrospectivo e descritivo apoiado em dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), na categoria morbidade pela Classificação Internacional de Doenças 10 (CID-10), no período de dezembro 2018/dezembro 2023, tendo a tabulação dos dados realizada com auxílio do software Microsoft Office Excel. A observação descritiva foi realizada nas 28 Regiões de Saúde (CIR) da Bahia pelo número de internações, valor total gasto, número de óbitos e taxa de mortalidade computados por faixa etária, sexo e cor/raça.
RESULTADO: No período analisado, foram notificadas 45.479 internações e 4.534 óbitos, cujo gasto total foi de 147.467.488,52 reais. Desses dados, 27.032 (59,44%) internações e 2.418 (53,33%) óbitos correspondem a pessoas do sexo masculino e, 18.447 (40,56%), 2.116 (46,67%), respectivamente, ao sexo feminino. Destaca-se o número de internações e óbitos entre pardos, 30.740 (67,59%) e 3.037 (66,98%), na devida ordem, e entre pessoas as quais a cor/raça não foram computadas, 8.720 (19,17%) internações e 1.016 (22,41%). A faixa etária entre 60 e 79 anos foi a mais afetada por IAM totalizando 23.494 (51,66%) internações e 2.475 (54,59%) óbitos. A taxa de mortalidade total na Bahia, no recorte temporal, por IAM, é de 9,97 óbitos por 100.000 habitantes, sendo que as Regiões de Saúde de Camaçari (21,91), Ribeira do Pombal (17,29) e Itabuna (17,11) possuem os valores mais altos.
CONCLUSÃO: Os óbitos e as internações por Infarto Agudo do Miocárdio representam grave problema de saúde pública na Bahia. O recorte temporal sugere uma relação entre fatores sociodemográficos e de gênero com o prognóstico dessa condição. Portanto, faz-se necessário delinear ações que visem o acompanhamento e conhecimento do majoritário grupo de risco: homens maiores de 60 anos. Outrossim, medidas de incentivo a adoção de práticas saudáveis, evitando, assim, obesidade, aterosclerose, hipertensão e diabetes, são de grande valia na prevenção desse evento isquêmico cardíaco, responsável por diversos casos de morte súbita todos os anos.