Introdução: Receptores de transplante renal (RTR) com diagnóstico de diabetes mellitus pós-transplante (DMPT) têm maior chance de morte por eventos cardiovasculares (CVs). Objetivo: Verificar a correlação entre o desenvolvimento DMPT e a ocorrência de doenças cardiovasculares (DCVs) nos RTR e os impactos nas sobrevidas do paciente e do enxerto renal. Metodologia: Análise retrospectiva de 450 RTR submetidos a transplante renal no período de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2011 no Hospital do Rim-SP (HRim) e avaliados até dezembro de 2019. Realizados t-test e qui-quadrado para determinar os fatores de risco para desenvolvimento de DMPT e óbito por CV (p<0,05 significante). Resultados: Na população estudada,60% eram homens, 49,6% eram brancos e a média de idade foi 42±12,1 anos. Dentre todos os RTR, 61 (13,5%) desenvolveram DMPT. Em comparação aos pacientes sem DMPT, os pacientes com DMPT apresentaram mais frequentemente óbito por DCVs (6,8% vs 1,5%, p=0,011), sendo que não houve diferença entre os grupos quanto à ocorrência de eventos CVs (15,3% vs 8,7%, p=0,11) e perda do enxerto renal (18,6% vs 14,1%, p=0,35). Nos pacientes com DMPT a média do colesterol total foi maior no terceiro ano pós-transplante (190,5±57,7 vs 187,1±43,5 mg/dl, p=0,024). Conclusão: RTR com diagnóstico de DMPT evoluem a óbito por DCV mais frequentemente quando comparados aos pacientes que não desenvolvem DMPT, além de apresentarem valores mais elevados de colesterol.